A NEGAÇÃO
A negação é um “mecanismo de defesa cuja característica é a não-inclusão de afetos ameaçadores à estrutura egóica do indivíduo diante de uma situação atual” (ANGERAMI, 2003, p. 43-44).
A negação da doença pode ser classificada em simples e patológica. A negação simples é observada na maioria dos pacientes e pode ser interpretada como uma tentativa de rejeitar a doença, imaginando que dessa maneira poderá afastá-la. Na negação patológica, o indivíduo, além de negar a possível ameaça, ainda tenta provar ao médico e aos familiares a não existência da mesma, expondo-se a riscos desnecessários pela não observância das recomendações médicas (LAMOSA, 1990).
A necessidade de negação aparece principalmente no início de uma doença crônica. Pode inclusive aparecer no momento da indicação do Cateterismo Cardíaco, quando o paciente, por defesa, se recusa à realização do mesmo. Evidencia-se, assim, a negação do tipo patológica, já que caracteriza riscos para o andamento do tratamento e para a saúde do paciente.
Tem-se por regressão o “aspecto comportamental de retorno a uma forma de se relacionar com o meio ambiente, do ponto de vista de maturidade emocional” (ANGERAMI, 2003, p. 45). O paciente, sem forças para lutar contra a situação de dependência na hospitalização, regride como forma de suportar e aceitar tal situação.
Já a racionalização se dá quando o paciente busca esgotar informações sobre o procedimento a ser realizado, como forma de redução e aceitação do mesmo (ANGERAMI, 2003).
Diante do que os pacientes trazem ao se depararem com esse tipo de exame invasivo é muito comum surgirem colocações referentes ao “medo do desconhecido” e a ansiedade desencadeada por essa situação. Isso evidencia a importância de termos profissionais capacitados e interessados em orientar os pacientes para enfrentar intervenções como estas (ROMANO, 2002).
Visualizar-se com a possibilidade de um adoecer é uma tarefa para a qual não se está preparado: o confronto com a vulnerabilidade, com a temporalidade da vida. Esta é a questão primordial para o psicólogo que atua em unidades hospitalares: conhecer a dimensão disso na vida do paciente e de sua família (LAMOSA, 1990).
Dentro dessa perspectiva este trabalho tem como objetivo medir os níveis de ansiedade nos pacientes a serem submetidos ao Cateterismo Cardíaco através do Inventário de Ansiedade de Beck (BAI) (Anexo 1), bem como descrever a importância da preparação e acompanhamento psicológico a esses pacientes, de forma a criar um clima de confiança entre os mesmos e a equipe de saúde, permitindo que estes verbalizem os fantasmas suscitados pelas perspectivas do exame e, dessa maneira, reduzir a ansiedade identificada.
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