segunda-feira, 29 de abril de 2013

CONFLITOS NA FAMÍLIA



  Texto Base: Ef 5:22-30

"Eu, porém, esperarei no SENHOR; esperei no Deus da minha salvação; o meu Deus me ouvirá" (Mq 7.7).

INTRODUÇÃO

Os conflitos em família existem desde os tempos primordiais. São fruto natural da desobediência do ser humano ao seu Criador. No Éden, antes da Queda, havia um ambiente perfeito, de paz, harmonia e amor. Não sabemos quanto tempo durou esse ambiente. Como se depreende do texto bíblico, o Criador visitava o primeiro casal diariamente, "pela viração do dia" (Gn 3:8), no final das tardes maravilhosas do Paraíso. Entretanto, o "dia mau" chegou e eles não tinham a armadura de Deus de que as famílias cristãs dispõem. Ouvindo a voz do tentador, perderam a doce e gloriosa comunhão com Deus. E a tragédia humana começou. Vieram os filhos. O primogênito, Caim, levantou-se contra o seu irmão, Abel, e o matou, por inveja, face a aceitação, pelo Senhor, do sacrifício do seu irmão. Este primeiro conflito entre irmãos deu início à terrível saga da morte por homicídio no mundo. A boa nova para os nossos dias é saber da possibilidade, em Cristo, de equacionarmos os problemas que, às vezes, afetam a família cristã.

I. DESENTENDIMENTO ENTRE OS CÔNJUGES

Todo casal tem discórdia. A satisfação e a estabilidade das uniões conjugais não estão associadas diretamente à ausência de conflitos, mas à forma com que os cônjuges estabelecem estratégias para solucioná-los. Infelizmente, conflitos podem levar a brigas sérias. Uma briga séria é aquela que desune esposo e esposa, mas nunca resolve a causa do problema. Como resultado, casais acumulam amargura, rixas, raiva descontrolada, ódio e, frequentemente, divórcio.
O que falta a muitos casais é habilidade para discutir os problemas sérios, chegar a um plano para resolvê-los e, então, pôr em ação esse plano. Esta é uma habilidade que muitas pessoas simplesmente nunca aprenderam, mas que pode ser aprendida. 
Um exemplo evidente que a Bíblia narra é o caso do patriarca Abraão e sua esposa Sarah. Houve um conflito entre este casal motivado por Abraão ter gerado um filho em sua serva, Agar. A bigamia trouxe problemas familiares. E o patriarca teve que expulsar a jovem concubina juntamente com seu filho, Ismael. O resultado disso é que ainda hoje os judeus e os árabes se digladiam.
1. Temperamentos diferentes. Temperamento é o conjunto de características negativas e positivas com as quais nascemos e que influenciam o nosso comportamento. É totalmente involuntário e imprevisível. Nenhum pai pode saber ou determinar com qual temperamento seu filho nascerá.
Sabemos que cada ser humano é diferente do outro, que não existe um indivíduo idêntico a outro, porque Deus não produz homens em série, como costumamos ver nas indústrias, mas, sim, dentro de seu supremo poder, cria cada homem individualmente. Esta individualidade do homem, conhecida como personalidade, deve ser dividida, basicamente, em dois elementos básicos: 
 
o temperamento e o caráter.
O caráter define uma forma definida de conduta, que não é inata, mas constituída pela história de vida de cada sujeito, considerando a condição social, ambiente familiar, educação e todos os aspectos importantes para a construção das características de cada um. O caráter é influenciado pelo ambiente. O caráter é construído ao decorrer da vida do indivíduo e pode ser modificado.
O temperamento define atitudes e atividades espontâneas, sendo inato. As influências do temperamento dos seres humanos são do sistema nervoso, composição bioquímica, hereditariedade. Estas características definem o temperamento como algo imutável, embora possa ser controlado e dominado.
As pessoas quando aceitam a Cristo, não deixam de ser indivíduos, não perdem a sua individualidade: o caráter muda, mas não o temperamento, que passa a ser controlado pelo Espírito Santo. Portanto, a Salvação não altera a individualidade do salvo, e, portanto, não muda o seu temperamento, que é a parte da personalidade que está ligada à criação, mas, como se trata de uma mudança radical, pois, como ensina o Senhor Jesus, quem é salvo passa da morte para a vida (João 5:24), temos uma transformação completa não no temperamento, mas no caráter.
2. Fatores que trazem conflitos. São muitos os fatores que trazem conflitos entre os casais, podendo ser citados entre eles o sexo, o dinheiro, ciúme, entre outros. A importância em identificar os fatores mais frequentes desencadeadores de conflito refere-se especialmente à possibilidade de os casais aprenderem a estar atentos aos seus focos mais frequentes de desentendimentos. Pesquisas indicam que a tentativa de ignorar os fatores de conflitos não os faz desaparecer, ao contrário, provoca o acúmulo de ressentimentos que tende a retornar com mais força a cada novo impasse - o chamado efeito bumerangue. Vamos citar aqui os mais frequentes.
a) Falta de confiança. O casamento só tem sentido quando fundado no amor verdadeiro. Quando o casal se ama de verdade, quando há respeito mútuo, fidelidade, lealdade, sinceridade e transparência na conduta de ambos, não há motivos para desconfianças ou ciúmes infundados. Paulo diz que "o amor"... "não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal (1Co 13:5b).
b) Tratamento grosseiro. Um dos motivos para a infelicidade, no seio do casamento e da família, é o tratamento indelicado, grosseiro e descortês. Um lar em que a família se trata assim não deve ser chamado de lar cristão, pois onde Cristo habita, deve existir amor, compreensão, respeito, diálogo e tratamento cordial.
A forma com que tratamos uns aos outros é vista por Deus como uma referência para designar quem é sábio ou não, pois a sabedoria é manifesta em obras de mansidão (Tg 3:13), e a mansidão é uma virtude do fruto do Espírito Santo (Gl 5:22). Mansidão significa colocar a inteligência nas emoções. O cônjuge que tem o Espírito Santo tem o caráter de Cristo e é uma pessoa sábia, e, sendo assim, nos momentos abrasadores da convivência ele sabe arrefecer os ânimos colocando a inteligência nas emoções, evitando assim o conflito familiar. Mas, se um cônjuge tratar o outro com indelicadeza, e houver uma resposta no mesmo tom, será conflito na certa. Mas, se um estiver irritado, e o outro, em oração, pedir a Deus a graça de responder como um nascido de novo, as coisas mudarão, pois a "palavra branda desvia o furor" (Pv 15:1). Que Deus nos ajude a praticar as relações humanas, no lar, na igreja, e em toda parte, conforme o manual de Deus para o relacionamento familiar, as Escrituras Sagradas.
c) Dívidas. Um dos fatores que mais traz conflitos numa família, principalmente entre os cônjuges, é a questão financeira. Quando um dos cônjuges é compulsivo e não controla os seus gastos,  mas se envolve em dívidas descompassadas com a capacidade financeiro, sem duvida, nesta família o conflito é inevitável. Muitos ficam sofrendo de doenças nervosas por causa de dívidas. Com Jesus, precisamos aprender a orar pelo “pão nosso de cada dia” (Mt 6:11); se levarmos esse princípio adiante, saberemos consumir com equilíbrio, a fim de satisfazer as necessidades e evitaremos o desperdício (João 6:12). Sejamos cautelosos na aquisição de bens, é preciso sempre avaliar se o orçamento familiar será suficiente para cobrir as despesas (Is 55:2; Lc 15:13,14).
O ato de comprar parece simples e prazeroso, mas não é. Exige planejamento e reflexão. Jamais podemos comprar por impulso, sem pensar no quanto estamos gastando. Quem compra por impulso e não segue um planejamento, cedo ou tarde acabará tendo problemas financeiros. Devemos lembrar que honrar os nossos compromissos contratuais é um dever cristão e isto é bastante agradável a Deus, pois trará bom testemunho no meio em que vivemos. Você deseja ser bem sucedido financeiramente? Então:
- Evite o desperdício e o supérfluo. É nossa tendência pensar que só entre os que têm muitos bens materiais há desperdiço de recursos. A verdade, porém, é que entre a classe pobre há tantos ou mais pessoas que desperdiçam seus recursos de forma dissoluta. Na experiência diária vemos que crentes sem recursos, que vivem do seu ordenado somente, são muitas vezes aqueles que não sabem distribuir o seu dinheiro. Os pobres podem, nesse caso, ser tão esbanjadores como os ricos, levando-se em conta as devidas proporções. Em João 6:12 Jesus ordenou que seus discípulos recolhessem os alimentos que sobrara para que nada se perdesse. Algumas vezes o orçamento acaba porque gastamos com insensatez, onde não se deve ou não se pode.
- Economize, poupe e fuja das dívidas. Sejamos cuidadosos na maneira de gastar o nosso dinheiro, busquemos a direção do Senhor de nossas vidas, para que Ele nos ensine a usar o pouco que nos foi entregue. Economize comprando no estabelecimento que é mais em conta. Racionalize os gastos com água, luz, telefone, etc. (ler Gn 41:35,36; Pv 21:20). Abra uma conta-poupança e guarde um pouco de dinheiro, por menor que seja a quantia. Fuja das dívidas!  
-  Estabeleça critérios para gastar.  Quem estabelece critérios bem definidos sobre o que fazer com cada centavo que possui tem melhores condições de viver sem muito estresse. Vejamos algumas medias necessárias:
·         Aprenda a viver com o que tem;
·         Guarde pelo menos 5% do que ganha em uma poupança;
·         Saiba dizer não ao consumismo;
·         Defina o que é essencial e necessário;
·         Evite fazer dívidas, principalmente com os cheques pré-datados e cartões de crédito.
Talvez você diga que não consegue se enquadrar nesses critérios, porém é possível que alguém seja mais pobre que você e consiga. Então, por que não tentar? Os frutos virão no futuro. Vale a pena começar.
d) Infidelidade. A infidelidade é um mal que não é de hoje, mas que, nos tempos atuais, tem-se intensificado muito comum nos lares sem Cristo, e também tem atingido muitos lares cristãos. A infidelidade conjugal não passa de um instrumento diabólico para a destruição e desagregação da família. A Bíblia diz que o marido deve amar a sua esposa da mesma forma que Cristo ama a Igreja. Ora, o Senhor ama a Igreja com sinceridade, e sobretudo, com fidelidade de lealdade. Esta fidelidade é tão grande, que "se formos infiéis, Ele permanece fiel: não pode negar-se a si mesmo" (2Tm 2:13). Mas, Satanás diz ao esposo: "ora, não é nada demais; procura unir-te a outra mulher: a tua já não te agrada. No fim, tudo dará certo. Os teus amigos não possuem outras mulheres?". Com isso, o inimigo procura desfazer o plano de Deus para a vida conjugal. E muitos homens, mesmo cristãos, têm cedido a essa tentação diabólica, cometendo adultério e prostituição, e desprezando o lar, a esposa, os filhos e seu próprio nome e, o que é pior: desprezando a Deus. A Palavra de Deus considera a infidelidade conjugal como vergonhosa traição aos princípios sagrados, estabelecidos por Deus para o casamento.

II.  ATIVIDADES PROFISSIONAIS DOS PAIS

Em nossos dias, temos visto que pais e mães de família têm se dedicado muito ao trabalho, devido aos muitos desafios financeiros e o custo de vida cada vez mais alto. Isso pode prejudicar a família, se os pais não tiverem um tempo adequado para ficar com seus filhos, participar da educação deles, passar-lhes as tradições da família e acima de tudo, repassar-lhes a fé em Deus e nas Escrituras Sagradas.
1. A mulher no mercado de trabalho. Antigamente, as mulheres desempenhavam um papel puramente doméstico e contentavam-se com isso. Elas eram mães de família, esposas e donas de casa. A cultura dos povos em geral relegava esse papel às mulheres. Mas, nos últimos anos,  a mulher tem ingressado no mercado de trabalho de forma bastante significativo.
A urbanização acelerada, o processo de industrialização e as mudanças culturais, econômicas e sociais têm forçado a participação da mulher em atividades antes próprias dos homens. Por um lado, há um aspecto positivo. Inserida no mercado de trabalho, a mulher sente-se incentivada a demonstrar que não se limita ao papel de mulher doméstica, e comprova que tem capacidade para realizar as mais diferentes ocupações sociais. O nível de estudo das mulheres tem aumentado, e elas concorrem com os homens aos cargos mais importantes da nação. Há queixas quanto à diferença de salário e de natureza dos cargos ocupados pelas mulheres, mas há uma evolução marcante nesse aspecto.
Por outro lado, temos que considerar alguns aspectos negativos da intensa participação da mulher no mercado de trabalho (adaptado do livro: “A Família Cristã e os ataques do inimigo - pr. Elinaldo Renovato, CPAD):
a) A mulher submetida à pesada carga de trabalho. Como profissional, a mulher passa a maior parte das horas úteis do dia envolvida nas atividades profissionais, nos locais onde estão contratadas. Mas, via de regra, também, a mulher desempenha atividades domésticas. Como profissional, muitas vezes, tem que chegar tarde em casa, e o esposo se ressente de sua ausência. Os filhos sentem falta da mãe. Isso causa conflitos. Pode haver entendimento, mas há inconveniências a serem consideradas.
b) Os filhos sofrem com a ausência da mãe. Com a mãe trabalhando fora de casa, os filhos passam a viver com as empregadas domésticas, que, por melhor que sejam, não substituem a mãe. Não sentem pelas crianças o amor do seio materno. As crianças ficam desorientadas, convivendo muitas vezes com pessoas sem a necessária educação. Por outro lado, ficam o dia todo diante da internet(às vezes sem nenhum bloqueio contra sites pornográficos), jogos eletrônicos violentos e da televisão, com liberdade de escolha de programas que perverterão o caráter delas. Os pais que não estão disciplinando os filhos dentro do padrão moral judaico-cristão, correm sério risco de deixarem um legado perigoso às futuras famílias que surgirão, com base na educação que eles estão lhes dando, pois seus filhos estão crescendo sem amor, sem afeto, sem carinho, sem temor aos pais, indisciplinados, violentos, sem temor a Deus.... Como líderes dos seus filhos, os pais devem ser exemplos para eles. Mas muitos são apenas genitores. Geram e deixam os filhos crescerem, dão alimento, roupa, calçado, as melhores escolas (quando podem), dão dinheiro e condições para sua independência. Mas, para a maioria, falta dar aos filhos o principal: amor, atenção, presença na sua formação, no seu desenvolvimento.
2. A ausência dos pais prejudica a criação dos filhos. A ausência da mãe prejudica a formação, a educação. A ausência do pai prejudica a visão que o filho ou a filha deve ter das relações familiares. Muitos pais só dão atenção aos filhos quando eles estão doentes, ou são vítimas de algo trágico, de um acidente, ou ameaça de morte. No mais, passam os anos sem terem diálogo, contato ou aproximação com os filhos. Isso é altamente prejudicial. A presença do pai, no lar, é fundamental para a formação espiritual e emocional dos filhos.

III. MÁ EDUCAÇÃO DOS FILHOS

1. Educação prejudicada. Entende-se por má educação o mau comportamento dos filhos no lar ou fora dele. Neste aspecto, não nos referimos à educação formal dos bancos escolares. Os lares estão prejudicados quanto à educação comportamental. Com o excesso de ocupação dos pais, os filhos são entregues a creches, escolas e a outras entidades do sistema educacional.
O cuidado com os filhos deve anteceder à própria concepção. Devemos estar preparados para, na vontade de Deus, criarmos nossos filhos na doutrina e admoestação do Senhor(Ef 6:4). Devemos ter o mesmo sentimento de Manoá, o pai de Sansão, que orou ao Senhor pedindo orientação divina para a educação de seu filho(Jz 13:8), antes mesmo de seu nascimento. É mister que tenhamos a orientação do Senhor para a educação dos nossos filhos, assim como busquemos todas as informações que a ciência e o conhecimento humano possam nos fornecer para que demos uma vida de qualidade para nossos filhos. Qualidade não significa opulência material, mas é muito mais do que isto: é uma educação com amor, com valores bíblicos, uma educação que faça de nossos filhos verdadeiros servos do Senhor.
Com muita oração, prudência e sabedoria, os filhos devem receber instrução espiritual adequada e progressiva para aprender a colocar sua fé em Deus e não se tornarem desobedientes, teimosos e rebeldes(ver Dt 6:1-9). A ausência dessa instrução é prejudicial ao relacionamento entre pais e filhos e à formação do caráter cristão dos filhos. O ensino da Palavra de Deus molda o caráter e aperfeiçoa a vida moral, emocional e espiritual dos membros da família. Não é tarefa fácil, mas não impossível.
Tome-se como exemplo a mãe de Timóteo, Eunice. Ela, judia, era casada com um grego que não temia o Deus de Israel(At 16:1). Mas isso não impediu que ela instruísse seu filho “no caminho que deve andar”(Pv 22:6). Ela e sua mãe(Lóide) ensinaram a Timóteo a Palavra de Deus, livrando-o das influências do paganismo helênico. O apóstolo Paulo testemunha isso: ”Trazendo à memória a fé não fingida que em ti há, a qual habitou primeiro em tua avó Lóide, e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também habita em ti”(2Tm 1:5). Timóteo tornou-se um zeloso ministro de Deus(1Ts 3:2), fiel no Senhor(1Co 4:17), e um grande cooperador no ministério do apóstolo Paulo (Rm 16:21; 1Ts 3:2).
2. Quem são os professores?  Pergunta o pr. Elinaldo Renovato: “Quem são os professores ou os mestres da maioria das crianças e adolescentes nos dias atuais? Serão os docentes, nas escolas? Serão os professores da ED? Ou serão os pais, dedicados à formação espiritual, moral e ética de seus filhos?
“Infelizmente, para nossa tristeza e graves prejuízos para a nação, os "mestres" por excelência dos filhos em geral são os atores, as atrizes e produtores das empresas de telecomunicação. São os produtores de sites da internet. Estes meios poderiam ser úteis para ajudar na educação das gerações, mas, na prática, são veículos eficazes para a má educação de gerações inteiras.
“Não é por acaso que, no meio das igrejas, há tanta rebeldia entre adolescentes e jovens. É raro ver adolescentes e jovens nos cultos de oração ou de doutrina. Mas é comum vê-los diante da TV, assistindo a algum tipo de "lixo" midiático. A Bíblia, o Livro Sagrado, exorta solenemente os adolescentes e jovens: ‘Afasta, pois, a ira do teu coração e remove da tua carne o mal, porque a adolescência e a juventude são vaidade. Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais venhas a dizer: Não tenho neles contentamento’ (Ec 11.10; 12.1)”.
3. Falta de estrutura espiritual e moral. A ausência de regra no lar, a falta de liderança paterna ou liderança dividida, a permissividade, a passividade, a cumplicidade, entre outros, incluem-se nas barreiras que contribuem para a desestruturação do lar.
As Escrituras tratam com muita seriedade a questão da educação e da consagração dos filhos ao serviço do Senhor. O insucesso na área disciplinar paternal associados a filhos rebeldes sintetiza o caos da família. A combinação do relaxamento dos pais com a rebeldia, a obstinação e a teimosia dos filhos atrai o juízo de Deus contra os lares cristãos. Assim aconteceu com a casa de Eli, de maneira que a família sacerdotal foi excluída, para nunca mais exercer nenhuma espécie desse oficio. Eli e sua casa perderam, em caráter irrevogável, tal direito (1Sm 3:12-14). Esse fato denota a severidade de Deus e a consequência dos descontroles na criação de filhos em lares desestruturados.
É importante mencionar que pais e filhos podem contar com boa literatura, dedicada à orientação desse relacionamento no lar, lembrando que, sempre que necessário, devem buscar a ajuda de um conselheiro espiritual que com eles coopere nesse mister.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

A FAMILIA SOB ATAQUE

2º Trimestre/2013 - Leitura Básica: Efesios 5:1-6

“Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo” (Ef 6:11).

INTRODUÇÃO

Desde que foi instituída por Deus, a Família tem sido atacada de forma sistemática e insidiosa por forças do inferno, mormente neste últimos dias que antecedem a volta de Jesus. Satanás tem mobilizado governos, sistemas judiciários, escolas e faculdades, para minar as bases da instituição familiar. Os governos estão alinhados com o espírito do Anticristo. Quase sem exceção, todos estão de acordo com as mudanças perniciosas que se voltam contra a família. Até porque, com a "nova visão de mundo”, a família tradicional é considerada ultrapassada. O casamento monogâmico e heterossexual é retrógrado e precisa dar lugar a "novas configurações de família". Segundo o pr. Elinaldo Renovato, uma ministra do atual governo declarou à imprensa que "essa família, composta de papai, mamãe e filhos" está ultrapassada. Novos "arranjos familiares" se imporão. Tal declaração identifica mais uma agente do Anticristo. Desgraçadamente, esses agentes ocupam cargos importantes em todas as esferas de direção do país. E eles têm poder político para aprovarem seus intentos afrontosos contra a Palavra do Senhor. Assim, a igreja de Jesus, formada de famílias cristãs, não pode ficar silente, omissa e acovardada. Tem que demonstrar que tem poder espiritual e moral para fazer frente à onda satânica que tomou conta da maioria dos governos e instituições do mundo. Somente com a mensagem poderosa do evangelho de Cristo é possível salvar a família da destruição total, preconizada pelo Diabo e seus agentes humanos. Como “sal” e “luz” deste mundo precisamos anunciar a Cristo, Único que pode destruir as obras do Maligno. A Igreja do Senhor Jesus Cristo, a “coluna e firmeza da verdade”(1Tm 3:15), deve lutar para que os princípios éticos fundamentais da família sejam preservados, pois somente assim não pereceremos sob os ataques do mal, antes, glorificaremos a Deus.

I. OS ATAQUES DO INIMIGO


1. Ataque às crianças. As crianças sempre foram alvo de ataques do inimigo. Não é à toa que no Êxodo, Faraó tenta impedir que as crianças saiam do Egito para cultuar ao Senhor (Êx 10:8-11). Ele sabia que se as crianças permanecessem no Egito, uma geração inteira permaneceria como escrava, ao passo que os adultos sairiam livres para adorar o Senhor. Esse era o plano do inimigo, mas não o de Deus. O Senhor pesou Sua mão sobre o Egito e livrou adultos e crianças da opressão de Faraó e da escravidão. Mas, esse exemplo bíblico nos mostra como o inimigo pensa em relação às crianças: ele as quer presas no sistema do mundo, afastadas de Deus e do culto, sem acesso à educação cristã e à Palavra.

“O Diabo sabe quanto é importante ter o controle do sistema educacional. Para tanto, procura promover educadores materialistas, dando-lhes, através da política, ou do sistema, diretores que não creem em Deus; professores materialistas, que rejeitem a Bíblia, e escarneçam da fé cristã. Não raro, os professores materialistas perseguem os alunos cristãos, rebaixando suas notas, e criando dificuldades para que os mesmos sejam reprovados. Nos países do antigo e fracassado "bloco socialista", o Estado totalitário e ateu, decretou que a educação das crianças e dos filhos em geral ficaria a cargo do "todo-poderoso" regime socialista. Para quê? Para que os pais não tivessem a autoridade de educá-los segundo suas crenças e tradições. O objetivo do poder comunista era incutir, na mente das gerações, as ideias e os ideais de Karl Marx, de Engels e de Stalin, os famigerados líderes de uma revolução fracassada, que fazia parte da rebelião do homem contra Deus. Stalin chegou a declarar: ‘Se Deus existe, eu irei lá, e o destruirei’. A História registrou que seu fim foi deprimente. Até sua estátua, que se erguia solene na Praça Vermelha, em Moscou, foi derrubada por um guindaste, e as pessoas pulavam sobre ela.

“Mas tudo foi feito, e com significativo êxito, para eliminar Deus da mente das crianças. A doutrinação marxista, anos após anos, conseguiu em grande parte seus intentos diabólicos. Nas salas de aula, os alunos aprendiam que Deus não existe; que o homem veio de um organismo celular, que surgiu por acaso, evoluiu, por acaso, e chegou a ser um ser humano, por acaso. Era o materialismo endeusado nas escolas estatais. Professores materialistas usavam seu poder para ministrar o ateísmo. E gerações e mais gerações nunca ouviram falar de Deus, a não ser em sentido crítico e deturpado.

“Em nosso país, está acontecendo fenômeno semelhante. O Estado não chega, ainda, a dominar o ensino, de forma ditatorial, como no comunismo. Mas está adotando medidas e práticas com o mesmo objetivo, de eliminar as ideias cristãs, fundadas na Bíblia, a Palavra de Deus, da mente dos alunos, com evidente interferência do Estado na educação da família”(Elinaldo Renovato – A Família Cristã e os ataques do Inimigo,CPAD).

Diante deste espectro tenebroso, cabe aos pais apresentar a Bíblia às crianças, ensinando-as a guardar seus ensinos. No Antigo Testamento, os pais israelitas tinham a obrigação de ensinar aos filhos, desde a mais tenra idade, os testemunhos do Senhor, que deveriam ser passados de geração a geração.

2. Ataque à disciplina. Disciplinar os filhos, adequadamente, de acordo com a idade do filho, é um ato de amor. Provérbios 13:24 ensina que pais lenientes, que não disciplinam seus filhos, na verdade não os amam. O que ama seus filhos os disciplina "a seu tempo", ou seja, de acordo com a faixa etária e a idade mental deles.

Concordamos que nenhum pai tem o direito de espancar seus filhos. Isso é crime. Mas aplicar uma medida corretiva, sem violência, com o objetivo de inibir a prática de atos de rebeldia, é saudável e educativo. Mas essa é uma demonstração de que o Estado brasileiro quer retirar dos pais a autoridade de corrigir seus filhos. Alguém já viu falar no Projeto de Lei da Palmada? Está registrado sob o nº 7.672/2010. Este Projeto já foi aprovado na Câmara dos Deputados. Ele prevê punição e até a perda da guarda dos filhos, para os pais que aplicarem medidas corretivas aos filhos. Este Projeto pretende incorporar ao Estatuto da Criança e do Adolescente, que qualquer "castigo físico", de natureza disciplinar, aplicado pelos pais a filhos desobedientes ou rebeldes, deve ser passivo de punição, inclusive a perda do poder sobre os filhos, que poderão ser recolhidos a instituições governamentais, para serem educados por agentes do governo.

De acordo com a Palavra de Deus, os pais devem ser os educadores por excelência de seus filhos.No Antigo Testamento, o ensino aos filhos era determinação divina: "Instrui o menino no caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer, não se desviará dele" (Pv 22:6). Essa exortação solene tem tido seus efeitos comprovados, ao longo dos séculos. Quando os pais educam seus filhos, conforme os princípios sagrados da Palavra de Deus, os efeitos sobre sua formação espiritual, emocional e intelectual são benéficos e duradouros.

No Novo Testamento, o texto de Efésios 6:1-4 nos mostra que a Palavra de Deus é muito mais avançada que as propostas de lei para educação dos filhos, e do relacionamento dos pais com eles. A legislação humana, baseada nos "direitos humanos", não é clara quanto aos deveres dos filhos para com seus pais.

A disciplina, de acordo com a Bíblia, não visa impor um regime de medo ou terror, nos lares. De modo algum. A disciplina, quando bem aplicada, com amor e sabedoria, produz efeitos saudáveis na formação espiritual, emocional e social dos filhos (Pv 29:15). Também, produz descanso aos pais e alegria para os mesmos (Pv 29:17).

Mas os educadores materialistas debocham e desdenham da educação com base na Palavra de Deus. Em seus discursos acadêmicos demagógicos, dizem que mesmo a palmada corretiva não deve ser aplicada, pois a criança aprende a bater nos outros. A prática demonstra o contrário. Os marginais, os bandidos, os violentos que estupram, assaltam e matam, via de regra, são oriundos de lares onde não há disciplina corretiva; de lares onde os pais não tiveram ou não têm autoridade sobre os filhos. Essa é a realidade. Se for feita uma pesquisa na Fundação Casa(antiga FEBEM), certamente essa afirmação poderá ser confirmada. Assim sendo, se o Projeto 7.672/2010 for definitivamente aprovado, indubitavelmente, trará um prejuízo inimaginável às famílias e, por conseguinte, à sociedade como um todo. Infelizmente, esse é alvo do inimigo (adaptado do livro: Família Cristã e os ataques do inimigo – pr. Elinaldo Renovato, CPAD, p.45/46).

3. Falsos Ensinos. Nestes tempos pós-modernos, o falso mostra-se tão bem vestido de verdadeiro, que, se possível fosse, enganaria até mesmo os escolhidos. São falsos milagres, falsos milagreiros, falsos mestres, falsas profecias, falsos profetas e falsos ensinos.

Os falsos ensinos têm proliferado no meio da humanidade, contaminando as famílias, levando ao erro e à perdição milhões e milhões de seres humanos, inclusive muitos que, tendo uma vez conhecido a verdade, deixaram-se levar pela persuasão ardilosa e sutil dos agentes de Satanás. Somente o conhecimento da Palavra de Deus e o discernimento espiritual poderão nos impedir de sermos levados pelos “ventos de doutrina” cada vez mais intensos dos nossos dias.

O falso ensino tem sua origem no jardim do Éden, ou seja, é uma das atividades mais antiga do inimigo das nossas almas, que se valeu de uma “heresia” para levar o primeiro casal ao pecado. Com efeito, na sua atividade para “matar, roubar e destruir” (João 10:10), o adversário vale-se daquilo que lhe é próprio, ou seja, da mentira (João 8:44).

A partir do Éden, vemos que sempre o adversário tem iludido o ser humano com falsas doutrinas e falsas religiões. Paulo, na carta aos romanos, mostra claramente que toda a corrupção generalizada das nações teve início com uma falsidade doutrinária, que fez com que o homem deixasse de adorar a Deus para servir a ídolos (Rm 1:21-23), sendo certo que, mesmo no meio de Israel, levantaram-se aqueles que, a pretexto de serem profetas, tinham por intento, como verdadeiros instrumentos do diabo, desviarem o povo da adoração ao Deus verdadeiro (Dt 13:1-3).

Moisés foi claríssimo ao mostrar ao povo de Israel que surgiriam profetas que fariam sinais e prodígios, demonstrando grande poder sobrenatural, mas que, depois disto, diriam ao povo que abandonassem a Deus e seus preceitos. Entretanto, tais conselhos deveriam ser rejeitados, pois nenhum sinal ou maravilha poderia suplantar o que havia sido revelado por Deus através da Sua Palavra. Observemos que o povo israelita era inclinado aos sinais (1Co 1:22) e que um ensino desta natureza se estava dando em pleno deserto, onde a população vivia, basicamente, em virtude dos sinais miraculosos feitos pelo Senhor ao longo daquela jornada, mas, mesmo para estes, Deus adverte que não se deveriam prender pelos sinais, mas, sim, pela Palavra de Deus. Isto se aplica para os nossos dias.

O salvo autêntico e verdadeiro tem de ter raiz, tem de ter base na Palavra de Deus. Como diz o Senhor, só quem ouve e pratica as Suas palavras pode vencer as dificuldades, as provações da vida, os obstáculos que surgem na vida de cada um. Quem constrói a sua casa sobre a rocha, os ventos, as tempestades e os rios não são capazes de destruir a edificação (Mt 7:24,25). Construir a casa sobre a rocha, que é símbolo de Cristo, é crescer na Palavra de Deus. As famílias cristãs devem atentar para esta realidade.

II. ATITUDES MUNDANAS PARA DESTRUIR A FAMÍLIA


1. O Abandono aos Filhos. Um dos maiores problemas de nossos dias em relação à família é o abandono desta por parte do pai, aquele que foi instituído por Deus como protetor e provedor. A figura paterna tem sido cada vez mais esquecida, pois homens sem o devido senso de responsabilidade abandonam o lar que constituíram, deixando a criação e a provisão dos filhos para a mulher. E há os casos dos homens que não assumem seus atos, deixando vir ao mundo filhos de relações que depois não reconhecem por não quererem ter compromisso com a mulher com que se relacionaram sexualmente. Filhos crescem sem a referência paterna, e não raro reproduzem o que viram em sua criação, sem a devida responsabilidade para com a família. Essa é uma forma monstruosa de desrespeito para com a vida. Como pais, precisamos entender que os filhos são herança do Senhor para que nós posamos cuidar, educar e conduzir ao Senhor. Também, é nossa obrigação transmitir a fé que uma vez nos foi dada, para que as próximas gerações tenham sua própria experiência com Deus.

2. Desrespeito aos pais. A Bíblia incentiva o relacionamento respeitoso entre os filhos e os pais, exortando-os a serem "obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo", e manda honrar o pai e a mãe, por ser o "primeiro mandamento com promessa", para que os filhos vivam bem, e vivam muito tempo sobre a terra (Ef 6:2). Para os pais a determinação bíblica é solene: "E vós, pais, não provoqueis a ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor" (Ef 6:4). Percebe-se que esse tipo de exortação tem grande sentido e alcance sobre a educação familiar. De um lado, os pais, criando seus filhos "na doutrina e admoestação do Senhor", ou seja, segundo os elevados princípios de Deus, de amor, respeito, santidade, e autoridade paternal. E sem excessos, sem provocar a ira ou a revolta nos filhos. Para tanto, os pais dispõem do ensino da Palavra de Deus, do recurso maravilhoso da oração e do jejum por seus filhos, do saudável costume da prática do culto doméstico, onde os pais podem e devem repassar os sagrados ensinos à família, e desenvolver o diálogo amoroso com eles. De outro lado, vemos que o Espírito Santo registra que os filhos devem ser obedientes e saberem honrar seus pais, para serem bem-sucedidos em suas vidas. A história revela que os filhos que sabem honrar seus pais, geralmente são homens e mulheres de bem. Infelizmente, não são raros os casos de filhos que não apenas desonram seus pais desobedecendo-lhes, mas também esquecem deles na sua velhice, época em que mais precisam de ajuda. Que esse pensamento mundano jamais prospere entre servos de Deus (adaptado do livro: Família Cristã e os ataques do inimigo – pr. Elinaldo Renovato, CPAD, p.45/46).

3. O secularismo. Neste dias que precedem a volta de Cristo a Igreja tem enfrentado a pressão e o engodo do secularismo, cujo termo procede do latim “saeculum” e significa “pertencente a uma época”. Em sentido religioso, o vocábulo é empregado para designar o comportamento e o pensamento do mundo de nosso tempo, que são inversos ao sagrado ou espiritual. Portanto, “secular” representa o modo de viver deste mundo, aquilo que se opõe ou que não comunga com os interesses espirituais do reino de Deus

Com mais clareza, dizemos que “secular” tem o sentido de mundano, profano, algo que não pode ser aplicado à família cristã e à Igreja, e secularização significa a transformação, ou a passagem de alguma coisa que estava sob o domínio religioso, para o regime leigo, ou mundano. Isto, em outras palavras, no sentido bíblico, secularizar a família ou a Igreja significa tornar estas duas instituições divinas semelhantes ao mundo. Portanto, falar-se em secularização da família significa, ao nosso ver, usar uma linguagem branda, uma linguagem um tanto camuflada visto que muitos por não estarem acostumados ao termo secularização podem não sentir o impacto, nem imaginar a seriedade do assunto “secularismo”. Se quisermos apresentar esta verdade “sem véu” então podemos substituir o termo secularização por mundanização. Mundanizar tem o sentido de tornar mundano, privar da natureza religiosa. Como diz o pr. Elinaldo Renovato, “Não podemos jamais nos esquecer que precisamos ser “sal da terra” e “luz do mundo” (Mt 5:13,14). Como “sal”, precisamos ter uma vida familiar de tal forma, que os que nos veem, ou nos ouvem, sintam a nossa família fazer diferença marcante no ambiente em que nos situamos. Como “luz”, precisamos, com nosso testemunho, contribuir para dissipar as trevas do pecado em nossa vida”.

III. O CUIDADO CONTRA A FILOSOFIA MUNDANA E A PORNOGRAFIA


Tristemente, temos visto que a filosofia mundana vai invadindo as famílias e a igreja em termos de linguagem, vestuário, gírias, ritmos, bebida, costume, modismo, etc., e nem mais temos critério para discernir tudo isso – já virou cultura. A internet, que tem sido usada como um grande meio de comunicação, facilitou também a propaganda e o estilo de vida miserável e sujo. Quando o cristão se deixa enganar pelas propostas desse mundo espiritualmente tenebroso, torna-se escravo de um sistema maligno que rouba, mata e destrói (João 10:10). Sua única saída é retornar imediatamente ao seio do Pai, por Jesus Cristo, nosso libertador (João 8:36).

O apóstolo Paulo exorta: “não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos" (Rm 12:2). Neste versículo, a Bíblia ensina que o crente deve resistir, combater e não imitar os padrões de comportamento, a cultura e os valores mundanos, pois a Igreja não é apenas separada do mundo, mas consagrada a Deus. Alguém já disse, com propriedade, que "ou a igreja transforma o mundo ou o mundo deforma a igreja". Aqui não dá para haver convivência pacífica.

Também, dentro da filosofia mundana hoje reinante, é disseminado que o jovem ou o adolescente xinguem, difamem e desprezem seus pais perante os seus amigos e companheiros de grupo. Isto tudo contraria o que ensina a Palavra do Senhor.

O maior desafio a ser superado pela Igreja, nestes últimos dias, para não perder sua identidade bíblica de Noiva do Cordeiro é viver diferente do mundo. O desejo de Deus é, pois, que a Igreja leve o mundo a querer viver como ela vive, bem como a querer conhecer o Deus a quem ela serve. No passado a Igreja cumpriu o desejo de Deus, porém neste “últimos dias”, conhecidos como pós-modernos, Satanás está envidando todos os seus esforços para inverter esta situação, ou seja, ele quer levar a Igreja a viver como o mundo, a rejeitar o seu Rei e a adotar os seus ídolos, tal como fez Israel, no passado. Portanto, ser diferente ou ser igual ao mundo, é um dos desafios que a família cristã, a Igreja, enfim, cada crente em particular, enfrenta nestes últimos dias.

Quanto à Pornografia – “representação, por quaisquer meios, de cenas ou objetos obscenos, destinados a serem apresentados a um público, e também exposição práticas sexuais diversas, com o intuito de despertar desejo sexual no observador” -, este mal tomou proporções mundiais e fora de controle, principalmente com o advento da Internet. O que só seria possível ver em filmes, chamados "pornô", em sessões de cinema para adultos, está à disposição de crianças, adolescentes e jovens, na tela dos computadores. As imagens pornográficas em filmes e DVDs são engodos, ou iscas para adolescentes, jovens e adultos, que se deixam dominar pelos instintos carnais descontrolados.

Milhões de pessoas, incluindo cristãos, são vitimas da pressão da pornografia. Até homens chamados “de Deus” têm sido envolvidos pelas teias dessa rede carnal da pornografia. Por quê? Certamente, pela falta de oração e da vigilância (Mt 26:41); falta de um exercício diário e contínuo, do processo da santificação. É impossível vencer os tentáculos da pornografia, sem a santificação diária. Diz a Bíblia: "Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor" (Hb 12:14). Aqueles que estão comprometidos com Deus e sua justiça aborrecerão a iniquidade e se apartarão dela, preservando sua vidas e suas famílias, evitando colocar diante de seus olhos aquilo que desagrada ou entristece o Espírito Santo.

Diz Deus: "Não porei coisa má diante dos meus olhos" (Sl 101:3). "Coisa má" é tudo aquilo que atrai o sentido da visão, e tem a reprovação de Deus. Portanto, fixar o olhar em pornografia, sem dúvida alguma, não glorifica a Deus. Valorizar a pornografia é desonrar a visão, que foi dada para ser bênção e não maldição. Fixar o olhar em cenas de sexo ilícito, de adultério, de pedofilia, de homossexualismo, de lesbianismo é atitude pecaminosa contra a santidade do corpo.

Na visão cristã, o corpo não é apenas formado de "cabeça, tronco e membros", externamente, e um conjunto de órgãos internos vitais para a vida ativa e consciente. O corpo é "templo do Espírito Santo". Diz Paulo: "Fugi da prostituição. Todo pecado que o homem comete é fora do corpo: mas o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo. Ou não sabeis que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus" (1Co 6:18-20). Portanto, ver pornografia não passa no teste da ética cristã, bem como desvaloriza e definha sobremaneira a vida espiritual do servo ou da serva de Deus, haja vista que o Espírito Santo não habita na pessoa que assim procede.

A Bíblia aponta o recurso maravilhoso para vencer a tentação da pornografia: "Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai" (Fp 4:8). Que Deus nos ajude a revestir-nos de toda a armadura dEle, para que possamos estar firmes contra as astutas ciladas do diabo!

CONCLUSÃO


O mundo sem Deus quer inculcar a ideia de que a família é uma instituição falida e plenamente dispensável. As novelas, os programas de TV, revistas, a Internet, tentam passar a ideia de que a família é um entrave ao prazer, à liberdade, à individualidade. Esse é o ataque contra os propósitos da família. Mas, também os valores da família estão sob ataque (ver Rm 1:26,27). O padrão natural para a família está sendo trocado por outros padrões. Já chegamos à época em que nós seremos perseguidos por não nos conformarmos com os novos valores que extinguem a família como nós a conhecemos e como foi idealizada por Deus. Infelizmente, existem muitos pastores que estão sendo processados por pregarem a Palavra tal e qual ela se apresenta.

Mas, se a família está sob ataque, é preciso que haja um contra-ataque. Josué, o substituto de Moisés na retirada do povo de Israel do Egito, teve de tomar uma decisão sobre sua família. Contra todas as tendências, contra toda a oposição e tentação para o afastamento de Deus, ele declarou diante do povo: “Se, porém, não lhes agrada servir ao Senhor, escolham hoje a quem irão servir, se aos deuses que os seus antepassados serviram além do Eufrates, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra vocês estão vivendo. Mas, eu e a minha família serviremos ao Senhor (Js 24:15). Você teria coragem de tomar uma posição como essa diante de Deus e das pessoas que irão lhe criticar? Você tem coragem de dizer: “Esse tipo de programa nós não vamos mais assistir aqui em casa”? Ou dizer: “Essa literatura não entra mais neste lar”? Você tem coragem de estabelecer limites para os seus filhos? Você, jovem, que está pensando em se casar, tem coragem de dizer que não irá formar uma família se ela não estiver dentro dos padrões de Deus? É preciso contra-atacar! É preciso uma decisão firme e dentro dos propósitos de Deus para a família. Que você tenha a coragem de dizer: “Eu e a minha família serviremos ao Senhor!” Amém!

terça-feira, 16 de abril de 2013

AS BASES DO CASAMENTO CRISTÃO



Texto Básico:Ef 5:22-28,31,33

"Vós, maridos, amai vossas mulheres* como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela” (Et 5:25).

INTRODUÇÃO

Sendo uma instituição criada por Deus, o casamento tem o objetivo de ser a base da família e, consequentemente, de toda a sociedade. O padrão para o matrimoniobíblico é que seja realizado entre um homem e uma mulher. E dentro dessa única e correta perspectiva, há mandamentos diretos para ambos os cônjuges.

A História tem demonstrada de forma inequívoca, principalmente neste século, que o casamento é um dos alvos preferenciais das forças satânicas. Sob o pretexto de "evolução", "progresso" e "avanços sociais", novas formas de união tem sido inventadas e aceitas pela sociedade sem Deus. A cada dia, o império do mal cresce, com o apoio dos governantes, dos representantes políticos do povo e dos representantes do poder judiciário, que aprovam leis e normas que contrariam a Lei de Deus. Mas os cristãos devem preservar e cultivar o matrimônio monogâmico e heterossexual, como uma bênção de Deus para a humanidade. Um Dia, todos serão julgados no plano espiritual segundo suas decisões e escolhas. O juízo Final aguarda, com sentença já definida, a sorte dos ímpios (Sl 9:17).

I. A VONTADE DE DEUS PARA O CASAMENTO


1. Que marido e mulher estabeleçam uma comunhão de vida. Aliás, é o sentido do casamento. Ao estabelecer o casamento, o texto sagrado diz que “serão ambos uma só carne” (Gn 2:24), expressão que é muito mais do que uma indicação da permissão de relacionamento sexual entre os cônjuges, mas que denotam a necessidade que os cônjuges têm de, a partir da decisão de se casarem, passarem a viver um em função do outro, de construírem uma vida em comum.

O individualismo e egoísmo reinantes neste mundo sem Deus e sem salvação têm sido um dos fatores primordiais para o fracasso dos casamentos, casamentos, aliás, cada vez mais raros. As pessoas não querem viver em função de alguém, mesmo tendo afeição por este alguém. Desejam ter uma companhia que, entretanto, não prejudique seus projetos pessoais, onde só cabe uma pessoa. São “amantes de si mesmo” e não titubeiam em descartar o companheiro se ele se tornar um obstáculo para seus planos egoístas. Não é esta, porém, a vontade de Deus para o casamento.

2. Que o casamento seja heterossexual e monogâmico. Após realizar o primeiro matrimônio, o Criador disse: “deixará o homem [macho] o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher [fêmea], e serão ambos uma carne” (Gn 2:24). Desta forma, jamais estará obedecendo aos princípios divinos quem defender ou constituir uma união homossexual, algo que, lamentavelmente, vem se alastrando nos países de todo o mundo, bem como aqui no Brasil, a despeito de ser considerado, hegemonicamente, um país cristão. A união de pessoas do mesmo sexo é a própria negação do conceito bíblico de família, que é, como se vê claramente em Gn 2:24, que diz que uma família se constitui quando um varão deixa seu pai e sua mãe e se une à sua mulher e se constituem em uma só carne. Não é possível que uma união de pessoas do mesmo sexo possam constituir uma família, pois Deus criou a família com propósitos que exigem a heterossexualidade, entre as quais, a procriação e a complementaridade afetiva e emocional, que só é possível diante de uma união entre pessoas de sexos diferentes. Se não fosse a união heterossexual, promovida por Deus, desde o princípio, a raça humana não teria subsistida. Sem dúvida, o ajuntamento homossexual é uma excentricidade e uma abominação aos olhos de Deus(ler Lv 18:22). Também, no mesmo texto de Genesis 2:24, Deus indica que a vontade dele é que o casamento seja monogâmico, assunto já estudado na Aula anterior.

3. Que haja tratamento imparcial e respeito mútuo entre o homem e a mulher. Ao contrário do que se propaga pela mídia, a Bíblia jamais defendeu a supremacia do homem sobre a mulher, pois, para Deus, não há acepção de pessoas (Dt 10:17; At 10:34). Neste mundo, por causa do pecado, veremos sempre estruturas sociais que discriminam a mulher, mas isto não significa que seja esta a vontade divina. Muito pelo contrário, o modelo bíblico e o exemplo de Jesus mostram-nos que Deus sempre tratou homem e mulher com igualdade e, na igreja, assim devemos também proceder. Homem e mulher têm o mesmo valor diante de Deus. No entanto, e isto é fundamental, Deus criou o homem macho e fêmea (Gn 1:27), ou seja, homem e mulher, embora tenham o mesmo valor diante do Senhor, são diferentes, complementares, de modo que homem e mulher têm diferentes estruturas físicas e psicológicas, devendo, pois, ter tarefas e atividades diversas. Homem e mulher têm atividades diversas, que se completam, sendo tratados igualmente por Deus e devendo, assim, tratar-se com imparcialidade e respeito mútuos.

4.  Que haja a fase pré-matrimonial: Namoro e Noivado. Na rota do casamento, em tempos idos, o namoro e o noivado eram duas as fases pré-matrimonial. Todavia, nos tempos hodiernos, a juventude criou uma nova fase: o “ficar”. Ao que tudo indica, “ficar” é manter um relacionamento sem qualquer compromisso de estabilidade e de exclusividade. É o poder estar juntos, relacionando-se fisicamente, sem qualquer compromisso de exclusividade, de fidelidade, de estabilidade. No “ficar” não se pode exigir fidelidade amorosa. Tudo o que existe entre o casal de jovens se resume naquele momento que “ficam juntos”. Terminado esse momento, cada um segue o seu caminho como se nada tivesse havido, até um novo “ficar”. Isso não é condizente com a vontade de Deus.

Acreditamos que entre os jovens cristãos não deva ser proibido um relacionamento com base na amizade e no amor cristão, mesmo sem qualquer compromisso sentimental. É claro, que não nos moldes do “ficar”, pois, neste tipo de relacionamento se permite, na expressão dos jovens, “dar aqueles amassos”.

a) Namoro. O namoro é um período para se lançar as primeiras pedras que irão formar o alicerce de uma sólida construção. Construção que começa com erros de base não pode terminar certa. O namoro é a primeira fase da formação de uma nova Família. É claro que, lá fora, no mundo, tudo mudou; alguns reflexos dessa mudança alcançou, também, o “arraial dos Santos”. Vamos, contudo, pensar que nós, na Igreja, continuamos, não vivendo num sistema considerado antiquado, mas num sistema que prima pela santificação, conforme o modelo estabelecido pela Bíblia Sagrada, e que o namoro entre os nossos jovens seja, ainda, um compromisso sério que tem como objetivo final o casamento.

Que o namoro continue sendo uma fase bonita de convivência entre jovens, ainda com mais palavras de romantismo e menos contato físico, com mais amor e menos interesse, com mais contemplação e menos ação. Contudo, sem radicalismos!

b) Noivado. O noivado deve ser a fase pré-nupcial. Representa um compromisso de casamento. É a ante-sala de enlace matrimonial. Deve equivaler-se ao “desposar”, usado nos termos bíblicos, tais como “...estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem achou-se ter concebido do Espírito Santo”(Mt 1:18). O “desposar”, contudo, pela Lei de Moisés, tinha bases muito mais seguras em relação ao noivado, conhecido entre nós.

É claro que, aqui, estamos tratando do assunto sob o ponto de vista bíblico. Sabemos que, lá fora, no mundo, o noivado tem, muitas vezes, o sentido de liberdade e permissividade, conferindo aos noivos alguns direitos e privilégios que a Palavra de Deus reserva e só confere aos casados.
Não queremos, e não devemos, ser radicais e antiquados, porém, pela Bíblia, o casal se torna uma só carne, pelo casamento. Não é, pois, uma questão de ponto de vista, ou de ser moderno, ou antigo, o aceitar como normal o relacionamento sexual antes do casamento. É uma questão de obediência à Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada.

O verdadeiro objetivo do noivado é o de ser uma fase preparatória para o casamento. A conquista do amor um do outro consolidou-se na fase do namoro. O casal concluiu que deveria prosseguir rumo ao casamento e, com o noivado, assumiu publicamente, um compromisso, envolvendo, também, suas famílias e sua Igreja Local.

O noivado, no nosso entendimento, é um compromisso de casamento. Um compromisso assumido por duas pessoas responsáveis não pode ser desfeito sem justa causa. Todavia, em havendo justa causa capaz de comprometer a felicidade e a estabilidade do casamento, então, o noivado, não apenas pode, como deve ser rompido.

Cuidado com o “jugo desigual”


Conforme disse o pastor Elinaldo Renovato, essa expressão, "jugo desigual", tem origem no texto de Paulo em 2Coríntios 6:14-18. O apóstolo exorta quanto ao perigo do relacionamento íntimo do cristão com pessoas não cristãs, a quem chama de "infiéis". Não se trata de evitar o relacionamento cordial ou social com vizinhos, colegas de trabalho, ou da escola. Mas sim, de relacionamento que implique em "comunhão" de ideias, pensamentos, emoções, afetos e intimidades (2Co 6:14b).

Muitos têm pago um preço muito alto por desprezarem esse ensino da Palavra de Deus. Entendendo que, na igreja local, não há um jovem ou uma jovem para namorar, noivar e casar, acabam envolvendo-se com colegas de trabalho, da escola, da faculdade; com um parente simpático; com um amigo bonito; ou uma amiga agradável, porém não crentes. Isso pode ter sua lógica, no aspecto humano. Mas, na visão de Deus, é desobediência a seus princípios. Alguns, por misericórdia de Deus, escapam de maiores consequências. Outros, infelizmente, afundam num casamento infeliz, sem união, sem amor, sem paz, sem a bênção de Deus. É melhor ficar solteiro, ou solteira, do que ter um casamento sem a presença de Deus. “...as más conversações corrompem os bons costumes”(1Co 15:33).

II. O AMOR VERDADEIRO NO CASAMENTO


O casamento cristão deve ser construído sobre as bases do amor a Deus e do amor conjugal verdadeiro. É a única forma de união consagrada por Deus para a constituição da família, objetivando o bem-estar do ser humano em todos os aspectos da vida. Quando Deus instituiu a família, disse que o varão e a mulher deveriam “unir-se em uma só carne”, “deixando” pai e mãe e havendo, entre marido e mulher um “apego”, apego este que é, precisamente, o amor “ágape”, o amor originado em Deus, que é a essência de todo relacionamento familiar.

No Novo Testamento, o apóstolo Paulo não deixa qualquer dúvida quanto a natureza deste amor ao fazer um paralelo entre o amor conjugal e o amor que existe entre Cristo e a igreja, ou seja, confirma que o amor que deve existir entre os cônjuges é o mesmo tipo de amor que Deus revelou à humanidade através da obra de Jesus.

A Bíblia Sagrada diz que Deus é amor (1João 4:8b). Portanto, a sua obra-prima na humanidade, a saber, a família, não poderia ter outro elemento que a caracterizasse senão a marca do seu Criador: o amor. Portanto, não é possível concebermos as relações familiares sem este amor, o amor que não é o proveniente do ser humano, mas o amor desinteressado e incondicional, cuja fonte é o próprio Deus.

Vimos na Aula anterior, que a família, biblicamente falando, deve nascer do casamento, que é este gesto de deixar pai e mãe e se unir a uma pessoa do sexo oposto para com ela formar um novo projeto de vida. Ora, o móvel que deve nortear este deixar e o subsequente unir não é outro senão o amor, o chamado “amor conjugal”, que nada mais é que o mesmo amor existente em Deus, mas aplicado para a formação de uma família. Uma família não pode ser construída nem sustentada se não houver este amor entre os cônjuges e tem sido este um dos principais fatores que têm levado à crise familiar dos nossos dias.

É indispensável que, já no início do relacionamento, homem e mulher devam verificar qual é o sentimento que os aproxima. Não podemos iniciar um relacionamento única e exclusivamente porque nos sentimos atraídos fisicamente por alguém, ou porque nutrimos com a pessoa alguma simpatia, um sentimento de bem-estar que seja superficial, que busque apenas o seu próprio prazer e benefício. É preciso que tenhamos a convicção de que o que sentimos em relação a quem tencionamos conviver é um sentimento muito mais profundo, o desejo de fazê-lo bem, de torná-lo feliz, de ter prazer e se sentir bem em saber que este alguém terá êxito e sucesso ao nosso lado e, o que é fundamental, que há a intenção nítida e clara dos dois em unir seus destinos, em construir uma única vida em comum, em compartilhar dos mesmos sonhos, planos e projetos.

1. O amor do marido pela esposa. Ao falar do amor que o marido deve devotar à mulher, Paulo afirma que o marido deve amar a mulher assim como Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela (Ef 5:25). Ora, este mandamento bíblico revela quão equivocados estão os “machistas”, que entendem que o marido é superior à mulher e que, como “cabeça da mulher”, devem mandar e desmandar.

O marido é, sim, a cabeça da mulher, mas assim como Cristo é a cabeça da Igreja(Ef 5:23), isto é, ser cabeça não significa apenas liderar, mas estar disposto a morrer pela mulher. Ser cabeça não significa apenas liderar, mas amar a mulher a ponto de se despojar de sua autoridade, de sua posição, para obter o bem-estar, o prazer e a felicidade da mulher. Ser cabeça não significa apenas liderar, mas estar disposto a trabalhar dia e noite para que a mulher tenha conforto, consolo e gozo. Ser cabeça não significa apenas liderar, mas estar disposto a curar as enfermidades do relacionamento, a fortalecer as fraquezas da mulher, a perdoar infinitamente as falhas e imperfeições da mulher. Ser marido é saber liderar, com mansidão e humildade de coração, é compadecer-se das dores e sofrimentos da mulher, é ter compreensão, é discernir as más intenções daqueles que se aproximam de nós, é ser uma fonte de esperança, é ser uma companhia que nos faça sentir que Deus está conosco (ou seja, ser “Emanuel”). Como vemos, ser marido é muito mais e algo bem diferente do que um mandão recalcado e que se sinta rei absoluto e inatingível nas quatro paredes do seu lar.

O marido deve tomar a iniciativa de mostrar o seu amor em família, pois foi assim que Cristo agiu, descendo da Sua glória, humanizando-se e, depois de batizado, começando a cuidar dos negócios de seu Pai. O marido deve mostrar a sua mulher que a ama, fazendo-o das mais diferentes formas, mas sempre com mansidão e humildade de coração, pois foi assim que Jesus sempre fez.

O marido deve ser alguém que seja um ensinador e um pregador do Evangelho na sua casa, mas não deve apenas pregar e ensinar, mas também viver, pois foi assim que Jesus fez em relação à igreja (At 1:1). O marido, nas dificuldades, deve ser aquele que as enfrentará, que perguntará a sua mulher o que quer que seja feito, pois foi assim que Jesus agiu em relação aos necessitados (Lc 18:41João 5:6). O marido não deve ser reativo, ou seja, aguardar que lhe chamem para que tome alguma providência, mas deve ir em direção ao problema, assim que detectado.

O marido não deve ser alguém orgulhoso e que se recusa a servir os demais integrantes da família, inclusive a mulher, mas, como Jesus, deve ter a noção de que existe na família para servir e não para ser servido (Mt 20:28), para dar a sua vida para que os demais familiares tenham melhores condições de vida, em especial, de vida espiritual.

O marido não deve fazer a sua mulher e seus filhos sofrer, mas deve sofrer por eles, assim como Jesus não fez a igreja sofrer, mas sofreu por ela. Neste particular, aliás, reproduzimos, aqui, um pensamento judaico, do Talmude (o segundo livro sagrado do judaísmo): “…um homem não deve fazer uma mulher chorar, pois Deus conta as suas lágrimas…” (apud Nathan AUSUBEL. Relações familiares, esquemas tradicionais de. In: A Judaica, v.6, p.707). E tanto conta as lágrimas, que a Bíblia diz que o marido que maltrata a mulher tem suas orações impedidas (1Pe 3:7). Cuidado, irmão, não será este, talvez, o motivo por que anda sentindo que suas orações não estão sendo ouvidas no céu?

Por fim, o marido deve cumprir toda a missão que lhe foi ordenada por Deus e fazer com que sua família se chegue à presença do Senhor, tenha com Ele comunhão, glorificando ao Pai, assim como Jesus fez em relação à igreja (João 17:4Hb 10:19-22).

2. O amor da esposa pelo marido. Dizem as Escrituras que a mulher deve se sujeitar ao seu marido, assim como ao Senhor (Ef 5:22,24), que as mulheres devem reverenciar o seu marido (Ef 5:33). Assim, dentro do paralelo estabelecido por Paulo no relacionamento entre Cristo e a Igreja, podemos dizer que a mulher está isenta de amar o seu marido? De modo algum, porque o que caracteriza a sujeição da igreja a Cristo é única e exclusivamente o amor, como vemos dito pelo próprio Senhor em João 14:15,21 e 15.14. O segredo, portanto, da sujeição da mulher ao marido, da reverência da mulher ao marido é a existência de amor da mulher pelo marido.

A mulher se caracteriza pela sensibilidade. A mulher é muito mais emocional e sensitiva que o homem, sendo, por isso mesmo, considerado o vaso mais fraco, daí porque deve o marido ter muito cuidado ao tratar com sua mulher, pois as chances de magoá-la e entristecê-la são muitas. No entanto, a mulher, no seu amor com seu marido, deve fazê-lo como ao Senhor, ou seja, é necessário, indispensável que a mulher ame o seu marido do mesmo modo que ama Jesus. E como devemos amar Jesus? Devemos amar Jesus:

a) porque Ele nos amou primeiro (1João 4:19). Assim a mulher deve amar seu marido, porque o marido tem demonstrado seu amor à mulher, tem tomado esta iniciativa.

b) porque Ele provou que nos ama, morrendo por nós quando ainda éramos pecadores (Rm 5:8). Assim a mulher deve amar seu marido, porque o marido tem se sacrificado por sua mulher, ainda que ela tenha apresentado falhas e imperfeições.

c) com exclusividade (At 4:12). Jesus é o nosso único e suficiente Senhor e Salvador. Assim, também, a mulher deve se comportar em relação ao marido: é o seu único e suficiente marido. A mulher é sensível, facilmente atraída pelo coração a pessoas e coisas, mas deve, como mulher casada, impedir que qualquer coisa a faça dividir o lugar que seu marido deve ter em seu coração, o que nem sempre é fácil, notadamente quando a mulher também é mãe e, nos nossos dias, quando trabalha fora e tem uma tendência a se ligar sentimental e emocionalmente a seus afazeres profissionais. O coração da mulher, entretanto, deve ter um departamento exclusivo para seu marido, dedicando-se a ele com intensidade. Quando verificamos a descrição da mulher virtuosa na Bíblia Sagrada, vemos alguém que, apesar de todos os seus afazeres e atividades, tem sempre uma preocupação permanente: o de agradar e tornar as coisas mais fáceis para o seu marido.

O amor da mulher tem de ser demonstrado, não é apenas uma atitude de carinho, afeto, mas deve ser expresso por atos concretos e reais. A mulher tem de despertar no seu marido credibilidade e confiança. A Bíblia diz que a primeira característica da mulher virtuosa é exatamente a confiança e credibilidade que tem junto ao seu marido (Pv 31:11), que é o pressuposto para que realize tudo aquilo que está descrito naquele texto. Se a mulher não tivesse a credibilidade do marido, poderia administrar a casa, como ali é descrito? Poderia comprar e vender? Produzir e conservar a sua residência? Muitas mulheres não despertam confiança em seus maridos e, por isso, não têm esta liberdade que tinha a mulher virtuosa, inclusive no aspecto econômico-financeiro. Antes de reclamar, querida irmã, por que o seu marido não tem conta bancária conjunta com a você, por que não lhe dá um cartão de crédito, por que não lhe diz quanto ganha, examine-se e pergunte: tenho agido de forma a despertar confiança em meu marido? Talvez aí esteja a razão de tantos dissabores em sua vida conjugal. Pense nisso!

III. A FIDELIDADE CONJUGAL


Um dos compromissos assumidos no casamento é a fidelidade conjugal. É, sem dúvida, um dos maiores pilares de sustentação do casamento. Segundo o pastor Elinaldo Renovato, a segurança espiritual e emocional do casal depende da fidelidade que cada um devota ao outro. Sem fidelidade, o casamento desaba. As estruturas do casamento não são preparadas para suportar a infidelidade. Esta tem efeito devastador no matrimônio, no lar e na família.

Mas, infelizmente, nestes últimos dias da Igreja, Satanás tem se utilizado desta arma contra o casamento. “Ninguém é de ninguém”, costuma-se dizer e se propaga a tolerância e a admissão de “aventuras extraconjugais” por parte de marido e mulher, chegando mesmo a se dizer que tal comportamento reforça a “sexualidade” e o “afeto” entre os cônjuges. Mentiras satânicas que têm por objetivo tão somente a disseminação da impureza sexual. A Bíblia é bem clara a este respeito: “Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o Reino de Deus” (1Co 6:10) e, ainda, “aos que se dão à prostituição e aos adúlteros Deus os julgará” (Hb 13:4b). Por fim: “Ficarão de fora os cães e os feiticeiros, e os que se prostituem, e os homicidas, e os idólatras, e qualquer que ama e comete a mentira” (Ap 22:15). Em outras palavras: quem dispensar a fidelidade conjugal, caminhará para a perdição eterna.

Conforme disse o pastor Elinaldo Renovato, quando os crentes se casam, assumem o compromisso, perante Deus, perante sua Igreja, perante as testemunhas e perante a sociedade, perante a lei civil que regula o matrimônio. O casamento não deve ser visto como um "contrato". Contrato tem cláusulas, que podem sofrer modificações mediante o instrumento de aditivo contratual. No casamento não há aditivo. Há pacto solene, celebrado perante o criador do casamento (Ml 2:14). Os contratos têm prazo de vigência. O casamento é uma aliança, que deve perdurar "até que a morte os separe". E, para que isso ocorra, é indispensável a fidelidade entre os cônjuges.

Para evitar a infidelidade, é necessário que o casal se mantenha debaixo da orientação da Palavra de Deus. O esposo, amando sua esposa de todo o coração, como Cristo ama à Igreja. A esposa, amando o esposo da mesma forma e lhe sendo submissa pelo amor. Em termos práticos, é necessário cultivar, tratar, regar e cuidar da planta do amor, para que as ervas daninhas da infidelidade não germinem no coração de um dos cônjuges. Amém!

CONCLUSÃO


Diante do que foi exposto acima, pergunto: estas bases estudas – a vontade de Deus, o amor e a fidelidade -, estão presentes diariamente em seu casamento? Deus é o principal motivador em seu lar? Você o tem convidado para fazer parte de suas vida? Lembre-se: Nunca é tarde para colocar estes princípios em evidência em sua vida. Você pode começar a partir de hoje a desenvolver o seu relacionamento conjugal através de suas ações e através do diálogo, praticando a responsabilidade, a fidelidade e o amor. Deus, neste dia está presente para abençoá-la (o) e ensiná-la (o) na medida que você o convidar para ser Senhor de sua vida.