sexta-feira, 7 de outubro de 2011

FUNDAMENTOS Bíblicos PARA UMA FILOSOFIA DE ENSINO

FUNDAMENTOS Bíblicos PARA UMA FILOSOFIA DE ENSINO

Quem São Os Participantes Do Ensino Cristão?

1º O Espirito Santo
Dedicamos um capítulo inteiro ao papel do Espírito Santo no ensino. Contudo, nunca é demais enfatizar Sua importância como participante no processo do ensino cristão. O que quer que digamos sobre os outros dois participantes (o professor e o aluno), sempre deve ser entendido à luz do trabalho superintendente e global do Espírito Santo e Sua interação com o professor, o aluno e a Palavra de Deus.

2º O Professor
De que forma os professores são diferentes no ensino cristão? Com freqüência presumimos que sabemos precisamente o que os professores devem fazer, porque passamos muito tempo sob a supervisão deles. Onze dos melhores anos de nossas vidas transcorrem sob a educação formal, na qual os professores têm grande influência (consciente e inconscientemente) sobre nosso desenvolvimento. Não obstante muito do que eles fazem pode ou não ser eficaz ou valer a pena imitar. Examinar cuidadosamente o papel do professor de uma perspectiva cristã aclara nossa compreensão.
Existem noções conflitantes acerca do papel do professor cristão? Dois grupos de palavras evocam opiniões completamente diferentes a respeito dos mestres. Note as imagens mentais instigadas pelas seguintes palavras:

1. Perito.
2. Autoridade.
3. Profissional.
4. Gênio.
5. Intelectual.
6. Mestre.
7. Especialista.
8. Inteligente.

Todas estas palavras parecem refletir excelência no conhecimento pessoal do professor. Contudo, não dizem absolutamente coisa alguma sobre a habilidade para ensinar. Com freqüência os estudantes descrevem seus professores favoritos com outro conjunto de palavras e reclamam quando estas qualidades faltam no estilo do professor. Observe a diferença nas imagens mentais estimuladas por este grupo:

1. Guia.
2. Treinador.
3. Auxiliador.
4. Modelo.
5. Incentivador.
6. Motivador.
7. Estimulador.
8. Mentor.

Estas palavras parecem descrever algo sobre o relacionamento do professor com o aluno. Os mestres da verdade cristã têm de fazer mais do que simplesmente acumular e distribuir grandes montantes de informação sobre a Bíblia; eles precisam ajudar os discípulos de Jesus a crescer no relacionamento e serviço, na moralidade e teologia. A necessária ajuda do professor será melhor recebida pelo aluno quando uma turma inteira reflete o segundo conjunto de palavras.
Os professores têm outras responsabilidades? Vamos tomar emprestado o modelo administrativo do mundo dos negócios para explicar como o professor lida com componentes importantes no processo pedagógico.
Motivação. Quer seja intrínseca ou extrínseca, a motivação permanece uma das autênticas chaves para a aprendizagem. Cornelius Jaarsma faz o seguinte comentário repleto de introspecção: "Os alunos aprendem o que predispõem a aprender, não necessariamente o que um professor tenta ensinar". Portanto, quando os professores sentem que seus alunos não estão intrinsecamente motivados a aprender a matéria que está sendo dada, eles devem tomar todas as medidas necessárias para motivar o aluno extrinsecamente. É lamentável, mas muitos professores recorrem ao medo, culpa ou pressão acadêmica para promover a motivação extrínseca ou simplesmente queixam-se da qualidade medíocre dos alunos de hoje em dia. Muitos poucos procuram estimular o interesse ou relacionar seu ensino com as necessidades imediatas da vida. Entender e administrar a motivação do aluno mantém-se como componente principal no ensino.
Tempo. Embora a quantidade de tempo dedicada ao ensino seja normalmente fixa e previsível, a maioria dos professores não a administra muito bem. Muitos professores não preparam atividades bastante interessantes para os alunos. Eles presumem que escutar equivale a aprender e, assim, falam o tempo todo. Manter os alunos incentivados durante todo o tempo, de forma que a lição não se arraste nem pareça apressada demais, requer bom planejamento. Até para os adultos, três ou quatro mudanças de atividade são certamente apropriadas dentro de uma hora.
Conteúdo. Se existe uma expressão que deve ser combatida na terminologia do ensino, é "dar a matéria"! Esta frase fornece a desculpa esfarrapada para tornar os alunos responsáveis pelo fracasso dos professores que planejaram com cuidado e realismo. As habilidades dos alunos devem governar o plano específico. Idade, familiaridade com a Bíblia e desenvolvimento espiritual são apenas alguns dos fatores a considerar. Ousemos não despejar a Palavra de Deus nos alunos e presumir que eles automaticamente irão aplicá-la em suas vidas. Tempo deve ser dado para se refletir sobre a Bíblia, falar sobre ela, especular sobre seu impacto e pedir ajuda em oração para implementá-la em nossas vidas.
Jesus estabeleceu o exemplo perfeito para os discípulos, quando disse em João 16.12: "Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora". Cristo percebia as limitações dos seres humanos em responder ao Seu ensino. Incrivelmente, Jesus em geral revelava pequenos fragmentos de informação em Suas lições, enquanto concedia grandes blocos de tempo para posterior consideração e reflexão com os discípulos.
A própria Bíblia é o texto primário do ensino cristão. Mas ela contém diferentes níveis de matéria. Alguns ensinos são considerados "leite da Palavra", ao passo que outros são percebidos como "alimento sólido". Jesus condenou os fariseus por dizimar especiarias e negligenciar assuntos mais importantes como o juízo, a misericórdia e a fé (Mt 23.23). O professor precisa selecionar o quanto e qual tipo de matéria o aluno pode realisticamente digerir e integrar na vida em qualquer situação de ensino. Simultaneamente, o conteúdo da lição tem de orientar os alunos ao serviço, estabilidade teológica, integridade moral e amor a Deus e uns pelos outros.
Espaço. Todo ensino acontece em algum lugar. Contudo, muitos professores da Bíblia não se consideram administradores de espaço. Situações de ensino variam amplamente - do excelente ao horrível. Alguns dos melhores edifícios de educação cristã já projetados foram construídos durante as últimas duas décadas. Freqüentemente a flexibilidade e criatividade que este espaço excelente dispõe passam despercebidas (e, portanto, não são usadas) por muitos professores. Os diagramas mostrados mais adiante ilustram graficamente como reorganizar o espaço com criatividade. Cada arranjo serve para um propósito diferente, mesmo que seja por apenas um curto período de tempo durante a hora. Note como o foco de atenção muda em cada nova configuração. O interesse estimulado pela mudança construtiva afeta a motivação de uma maneira saudável.
Participação. O professor tem de administrar e incentivar a participação. Jesus regula o ritmo de um modo fascinante. Ele aceitava numerosos convites de pessoas que queriam tê-lo como visita para o jantar a fim de discutir teologia. Seu hábito de comer com pecadores levantava críticas dos outros mestres. Obviamente, Jesus formava o ambiente que incentivava perguntas sobre Deus. Ele não apenas recebia perguntas de bom grado, mas também as fazia. Seus ouvintes freqüentemente ficavam intrigados em vez de satisfeitos.
Um bom professor administra o caráter de uma classe de maneira tal que os alunos sentem-se física, emocional e espiritualmente seguros o bastante para pensar em voz alta e fazer perguntas. A menos que o professor assuma a responsabilidade pelo ambiente da classe, os alunos podem não ter o melhor interesse de todos em mente.

1. Note como o arranjo da sala concentra-se no professor, mas permite que os alunos olhem uns para os outros.
2. Note como o ponto de atenção passa do professor para algumas pessoas, mas ainda permite que os alunos vejam o professor.
3. Note como o enfoque está exclusivamente nos integrantes do grupo, mas o professor facilita o trabalho do grupo quando necessário.

Distribuir informação parece simples quando comparado com o equilibrar fatores complexos, como motivação, tempo, conteúdo, espaço e participação. Como Jesus, os professores cristãos precisam controlar mais que sua área acadêmica; eles têm de, com habilidade, organizar, planejar e administrar.

3º O Aluno
Filosofias de educação e teorias de aprendizagem têm existido há centenas de anos. Mas a questão sobre como as pessoas aprendem permanece em parte sem resposta hoje. Há muitas teorias nas faculdades de educação, mas ninguém de maneira compreensiva resolveu o quebra-cabeça. Diversas teorias oferecem discernimentos sobre facetas individuais da aprendizagem.
Certo psicólogo educacional aborda a questão dividindo a teoria da aprendizagem em dois campos principais. Os desenvolvimentalistas estão num campo, enquanto que os partidários do estímulo-resposta estão no outro, ambos encrespando a opinião um do outro. Os dois princípios fazem contribuições à nossa compreensão de como as pessoas aprendem. Mas nenhum sintetiza por completo nossa compreensão do processo de aprendizagem. Para o benefício dos alunos, os professores devem cooperar com o processo de aprendizagem para obterem melhores resultados. Mas no ensino cristão, até certo ponto, os resultados sempre serão impossíveis de predizer.
Para o crente, muitas perguntas sobre a verdade espiritual complicam ainda mais as teorias de aprendizagem. A verdade espiritual é por natureza diferente de outra verdade? A verdade espiritual precisa ser apreendida por um mecanismo distinto dos sentidos normais? Certos textos bíblicos sugerem que problemas esperam os que pretendem ensinar a verdade espiritual, e duas passagens parecem abordar o assunto muito diretamente.

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