segunda-feira, 20 de abril de 2015

A TENTAÇÃO DE JESUS






A Tentação de Jesus - Lições Bíblicas Adultos - EBD/CPAD - Lição 4 - 2. Trim/2015 - Subsídio Teológico



A TENTAÇÃO DE JESUS por Prof. Adaylton de Almeida Conceição


O QUE É TENTAÇÃO?

A tentação é um
estímulo ou indução a um ato que pareça atraente, ainda que seja
inapropriado ou contradiga alguma norma ou convenção social sendo,
conseqüentemente, proibido. A definição de tentação pode ser aplicada a
uma ampla gama de ações, por exemplo, o desrespeito a uma restrição
alimentar, a trapaça, a ostentação de artigos de luxo, a procrastinação.

DEFININDO TENTAÇÃO  

Na oração modelo
encontrada no capítulo 6 desse mesmo Evangelho, entre outras coisas,
Jesus ensinou-nos a pedir: “...e não nos deixes cair em tentação...”, o
que nos permite dizer que a tentação em si não é pecado. Se o fosse,
certamente a oração seria diferente.

No novo dicionário
Aurélio, entre as definições apresentadas para “tentação” há uma que diz
ser “desejo veemente”. Logo, resistir uma tentação é resistir a um
desejo muito forte.

Tentação é o
esforço do diabo para tentar persuadir, seduzir, e induzir alguém a
fazer especialmente algo sensualmente agradável ou imoral. É aquela voz
dentro da gente que diz: “Vá em frente, fulano, nada vai acontecer…
Ninguém vai ficar sabendo não”. 

A tentação é a
causa da morte espiritual da vida de cada cristão. Mas, através do
exemplo de Jesus, aprendemos que é possível enfrentar a tentação e sair
vitorioso desse conflito "Quais foram o significado e o propósito das
tentações de Jesus?" 

Após Seu batismo,
Jesus foi "levado pelo Espírito ao deserto, onde, durante quarenta dias,
foi tentado pelo diabo" (Lucas 4:1-2). As três tentações de Jesus no
deserto foram um esforço de seduzir e transferir a Sua fidelidade de
Deus a Satanás. Vemos uma tentação semelhante em Mateus 16:21-23 onde
Satanás, através de Pedro, tenta Jesus a renunciar a cruz à qual estava
destinado. Lucas 4:13 nos diz que após as tentações no deserto, Satanás
"o deixou até ocasião oportuna", o que aparenta indicar que Jesus foi
tentado outras vezes por Satanás, embora novos incidentes não sejam
registrados. O ponto importante é que, apesar de várias tentações, Ele
nunca pecou. 

Que Deus tinha um
propósito ao permitir que Jesus fosse tentado no deserto é evidente pela
declaração "foi levado pelo Espírito ao deserto". Uma finalidade é
assegurar-nos de que temos um sumo sacerdote capaz de Se relacionar
conosco em todas as nossas debilidades e fraquezas (Hebreus 4:15) porque
Ele mesmo foi tentado em todos os pontos nos quais também somos. A
natureza humana do Nosso Senhor permite que Ele compreenda as nossas
próprias fraquezas por ter sido submetido à fraqueza também. "Porque,
tendo em vista o que ele mesmo sofreu quando tentado, ele é capaz de
socorrer aqueles que também estão sendo tentados" (Hebreus 2:18). A
palavra grega traduzida "tentado" aqui significa "pôr à prova". 

Então, quando somos
colocados à prova e testados pelas circunstâncias da vida, podemos ter
certeza de que Jesus entende e se solidariza como alguém que sofreu as
mesmas provações. 

Embora Jesus foi
tentado várias vezes, ele enfrentou um teste especialmente severo logo
depois que foi batizado. Lucas recorda este evento (Lucas 4:1-13), mas
seguiremos a história conforme Mateus a conta: "A seguir, foi Jesus
levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo. E, depois
de jejuar quarenta dias e quarenta noites, teve fome" (Mateus 4:1-2).
Pelo fato que foi o Espírito que levou Jesus para o deserto mostra que
Deus pretendia que Jesus fosse totalmente humano e sofresse tentação.

Uma Ponte Para a História 

Ninguém cairia numa
tentação que não parecesse ser de alguma forma boa ou prazerosa. As
tentações sempre prometem algo bom, mas no final acabam machucando mais
do que sempre prometem algo bom, mas no final acabam machucando mais do
que esperávamos.

O grande dramaturgo
irlandês William Butier Yeats uma vez escreveu: “Toda tentação vencida
representa uma nova reserva de energia moral. Toda prova suportada e
resistida com um espírito correto torna a alma mais nobre e mais forte
do que era antes.” Em cada tentação há a oportunidade de crescimento em
Cristo que, se rejeitada, não poderá ser recuperada. Ao se preparar para
explorar a história da lição desta semana, mantenha em mente que foi o
hábito de Jesus de resistir ao diabo e a Sua iniciativa de sempre fazer a
vontade de Deus no lugar da Sua que O capacitou a enfrentar as
tentações no deserto e a sair vitorioso.

AS FASES DA TENTAÇÃO DE JESUS.

As tentações de
Jesus seguem três padrões que são comuns a todos os homens. A primeira
tentação diz respeito à concupiscência da carne (Mateus 4:3-4), a qual
inclui todos os tipos de desejos físicos. O Nosso Senhor teve fome, e o
diabo o tentou a transformar pedras em pão, mas Ele respondeu citando
Deuteronômio 8:3. A segunda tentação foi acerca da soberba da vida
(Mateus 4:5-7), e aqui o diabo tentou usar uma passagem da Escritura
contra Ele (Salmo 91:11-12), mas novamente o Senhor respondeu com a
Escritura em sentido contrário (Deuteronômio 6:16), afirmando que seria
errado abusar de Seus próprios poderes.

A terceira tentação
foi acerca da concupiscência dos olhos (Mateus 4:8-10), e se algum
atalho ao Messias fosse possível, evitar a paixão e crucifixão para as
quais Ele originalmente veio seria a forma. O diabo já tinha o controle
sobre os reinos do mundo (Efésios 2:2), mas estava pronto a dar tudo a
Cristo em troca de Sua lealdade. O mero pensamento quase causa a
natureza divina do Senhor a tremer, e Ele responde agressivamente:
"Retire-se, Satanás! 

Pois está escrito: ‘Adore o Senhor, o seu Deus e só a ele preste culto’" (Mateus 4:10, Deuteronômio 6:13).

A TENTAÇÃO DE JESUS É O MODELO DA TENTAÇÃO DO CRENTE

A partir da
tentação de Jesus podemos compreender o que significa a tentação para
nós. Há na Bíblia duas grandes histórias de tentação. No começo da
história sagrada há a tentação dos nossos primeiros pais, Adão e Eva (Gn
3); mais adiante a narrativa da tentação de Jesus (Mt 4.1-11; Mc
1.12,13 e Lc 4.1-13).

- A primeira tentação trouxe como resultado a queda do homem.

- A segunda tentação trouxe a queda de Satanás.

Adão e Eva foram
tentados no Jardim do Éden e caíram. Jesus foi tentado no deserto e
triunfou, ou seja, ou Adão é tentado em nós, e nós caímos, ou Jesus é
tentado em nós, e Satanás é quem cai.

A tentação de Jesus se repete, na verdade, o padrão da tentação dos nossos primeiros pais. 

Veja Gn 3.6; 1Jo 2.15,16 e Mt 4.1-11.

“Vendo a mulher que
a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável
para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu e deu também ao
marido, e ele comeu” (Gn 36).

“Não ameis o mundo
nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não
está nele; porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a
concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas
procede do mundo”(1Jo 2.15,16).

Observem um
detalhe: de Gênesis a Mateus há um intervalo de cerca de 1500 anos. De
Mateus a primeira carta de João há um intervalo aproximadamente de 50
anos. Mas é impressionante que os conceitos são os mesmos, a matriz
existencial é a mesma, a leitura que fazem do ser humano e a luta com as
forças transcendentes é a mesma. Só o resultado que é diferente, pois
Jesus venceu a tentação.

A TENTAÇÃO DE JESUS PASSO A PASSO

FOI O ESPÍRITO SANTO QUE LEVOU JESUS AO DESERTO (MT 4.1).

Mateus deixa claro que foi o próprio Espírito Santo que o levou ao deserto para ser tentado. 

Não partiu de
Satanás tal atitude. Jesus não foi guiado ao deserto por uma força
maligna, mas foi conduzido pelo Espírito Santo. Foi pela expressa
vontade de Deus que esta crise se produziu na vida de Jesus. Não é que o
Senhor queria ver se Jesus cairia ou não, mas uma demonstração da
impossibilidade da Sua queda.

À semelhança de
Adão, Jesus foi tentado, com uma diferença: Adão foi tentado no Jardim
do Éden e caiu, Jesus foi tentado no deserto e venceu a Satanás.

O TEMPO QUE O SENHOR ESTEVE NO DESERTO (MT 4.1,2).

O evangelista
Mateus nos diz que o Senhor foi levado ao deserto para ser tentado e
depois de 40 dias e 40 noites teve fome. O deserto é um lugar
desconfortável, severo e agressivo. 

Era o deserto de
Jericó, um lugar ermo, cheio de montanhas e cavernas, de areia
escaldante durante o dia e frio intenso durante a noite. O deserto era
lugar de solidão. Os grandes homens caíram não em lugares ou momentos
públicos, mas na arena da solidão e nos bastidores dos lugares secretos.
O deserto é o lugar das maiores provas e também das maiores vitórias. O
deserto é o campo de treinamento de Deus.

O texto nos diz que
o Senhor esteve no deserto por 40 dias e 40 noites. O número 40 é o
número da provação. Quarenta dias durou o dilúvio (Gn 7.12), o jejum de
Moisés no Sinai (Êx 34.28), a caminhada de Elias até o Horebe (1Rs
19.8). Quarenta anos Israel permaneceu no deserto (Sl 95.10). Israel
esteve 400 anos no Egito, isso é 40×10. Quarenta dias e quarenta noites
Jesus foi tentado por Satanás no deserto. Em Marcos 1.12,13 nos diz
assim:

“E logo o Espírito o
impeliu para o deserto, onde permaneceu quarenta dias, sendo tentado
por Satanás; estava com as feras, mas os anjos o serviam”. 

O PROPÓSITO DE JESUS SER TENTADO.

Por que o Espírito Santo impeliu Jesus ao deserto para ser tentado? Qual era o propósito?

O texto começa
dizendo “A seguir” – ou seja, após o batismo de Jesus foi levado ao
deserto para ser tentado. Há uma relação íntima entre o batismo e a
tentação. No primeiro Jesus se dedicou ao caminho da cruz. Já no
segundo, o diabo lhe apresentou meios pelos quais Ele podia efetuar seu
ministério sem precisar ir à cruz.

Em primeiro lugar,
Jesus foi tentado para provar a sua perfeita humanidade. A Bíblia nos
fala que o Filho de Deus encarnou, ou seja, tornou-se como um de nós.
Jesus foi 100% homem e 100% Deus. Mas quem foi tentado foi Jesus homem e
não Jesus Deus. Porque o homem é tentado, mas a Deus ninguém tenta.
Veja o que nos diz Tiago 1.13:

“Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta”.

A Bíblia também nos diz que Jesus tornou-se semelhante a nós em todas as coisas, exceto no pecado. Conf. com Hb 4.15:

“Porque não temos
sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes,
foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado”.

Jesus passou por
tudo isso para nos mostrar que em tudo Ele foi tentado, mas não para nos
mostrar que podemos ficar sem pecar. Pelo contrário, Ele conhece as
nossas fraquezas e se comparece de nós, mesmo que venhamos a pecar.
Aliás, tanto o texto de Hebreus 4.15, quanto 1Jo 1.7-10, 2.1,2 que nos
diz:

Em segundo lugar,
Jesus foi tentado para vencer o diabo. Hernandes Dias Lopes nos diz que
lutamos com um inimigo derrotado. O evangelista Marcos nos diz que o
Senhor Jesus venceu Satanás o amarrando e roubando-lhe os seus bens.
Veja o que ele nos diz:

“Ninguém pode
entrar na casa do valente para roubar-lhe os bens, sem primeiro
amarrá-lo; e só então lhe saqueará a casa”. (Mc 3.27)

Isso é o Senhor
tirou de Satanás o domínio que ele tinha nessa terra. Jesus está
libertando aqueles que estavam sob o seu domínio e os transportando para
o Seu Reino. Paulo escrevendo aos Colossenses nos diz assim:

Jesus venceu
Satanás no deserto, triunfou sobre todas as suas investidas. Esmagou sua
cabeça na cruz, triunfou sobre ele definitivamente. Satanás é um
inimigo limitado e está debaixo da autoridade absoluta de Jesus.

“Tendo cancelado o
escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o
qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz;
e, despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao
desprezo, triunfando deles na cruz”(Cl 2.14,15).

AS OFERTAS DE SATANÁS.

A Bíblia nos diz
que Satanás tentou Jesus os quarenta dias. Quando lemos o texto aqui em
Mateus a impressão que temos que o tentador só o tentou no final, mas
não foi assim que ocorreu. Há dois textos que nos mostram isso:

“E logo o Espírito o
impeliu para o deserto, onde permaneceu quarenta dias, sendo tentado
por Satanás; estava com as feras, mas os anjos o serviam” (Mc 1.12,13).

“Jesus, cheio do
Espírito Santo, voltou do Jordão e foi guiado pelo mesmo Espírito, no
deserto, durante quarenta dias, sendo tentado pelo diabo. Nada comeu
naqueles dias, ao fim dos quais teve fome” (Lc 4.1,2).

Satanás é um ser
oportunista. Ele é como um vírus oportunista que ataca quando a nossa
imunidade está baixa. Se a nossa imunidade espiritual estiver baixa ele
irá atacar com todas as forças, embora ele ataque todos os dias, mas se a
nossa imunidade espiritual estiver baixa ele irá triunfar sobre nós.
Temos como exemplo Davi que caiu em adultério. Era tempo de guerra e ele
estava em casa. O resto você já conhece.

A TRIPLICE TENTAÇÃO DE JESUS

Com base no texto de  Mt 4:1-11, vemos a tríplice tentação de Jesus.

PRIMEIRA TENTAÇÃO - A TENTAÇÃO DO DESERTO 

A tentação do
deserto é a conhecida tentação de transformar pedras em pães. Após
jejuar quarenta dias e quarenta noites, diz a Bíblia que Jesus teve
fome. Então o tentador se aproximando dele disse: “Se tu és o filho de
Deus mande que estas pedras se transformem em pães.”

A primeira tentação foi de ordem física (Mt 4.2-4) 

Depois de jejuar
quarenta dias e quarenta noites na solidão do deserto, embora Marcos nos
diga que Jesus estava com as feras – naquele deserto havia hienas,
lobos, serpentes, chacais, panteras e leões.

A afirmação do
diabo: "Se és o Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em
pães" (4:3). O diabo é um mestre das coisas aparentemente lógicas. Jesus
estava faminto; ele tinha poder para transformar as pedras em pão. O
diabo simplesmente sugeriu que ele tirasse vantagem de seu privilégio
especial para prover sua necessidade imediata. 

As questões: Era
verdade que Jesus necessitava de alimento para sobreviver. Mas a questão
era como ele o obteria. Lembre-se de que foi Deus quem o conduziu a um
deserto sem alimento. O diabo aconselhou Jesus a agir independentemente e
encontrar seus próprios meios para suprir sua necessidade. Confiará ele
em Deus ou se alimentará a seu próprio modo? Há  aqui, também, uma
questão mais básica: Como Jesus usará suas aptidões? O grande poder que
Jesus tinha seria usado como uma lâmpada de Aladim, para gratificar seus
desejos pessoais? A tentação era ressaltar demais os privilégios de sua
divindade e minimizar as responsabilidades de sua humanidade. E isto
era crucial, porque o plano de Deus era que Jesus enfrentasse a tentação
na área de sua humanidade, usando somente os recursos que todos nós
temos a nossa disposição. 

A resposta de
Jesus: "Está escrito: Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra
que procede da boca de Deus" (4:4). Em cada teste, Jesus se voltava para
as Escrituras, usando um meio que nós também podemos empregar para
superar a tentação. A passagem que ele citou foi a mais adequada naquela
situação. No contexto, os israelitas tinham aprendido durante seus 40
anos no deserto que eles deveriam esperar e confiar no Senhor para
conseguir alimento, e não tentar conceber seus próprios esquemas para se
sustentarem. 

Lições: 1. O diabo
ataca as nossas fraquezas. Ele não se acanha em provar nossas áreas mais
vulneráveis. Depois de jejuar 40 dias, Jesus estava faminto. Daí, a
tentação de fazer alimento de uma maneira não autorizada. Satanás
escolhe justamente aquela tentação à qual somos mais vulneráveis, no
momento. De fato, as tentações são freqüentemente ligadas a sofrimento
ou desejos físicos. 2. A tentação parece razoável. O errado
freqüentemente parece certo. Um homem "tem que comer" . Muitas pessoas
sentem que necessidades pessoais as isentam da responsabilidade de
obedecer às leis de Deus. 3. Precisamos confiar em Deus. Jesus precisava
de alimento, sim. Porém, mais do que isso, precisava fazer a vontade do
Pai. É sempre certo fazer o certo e sempre errado fazer o errado. Deus
proverá o que ele achar melhor; meu dever é obedecer-lhe. É melhor
morrer de fome do que desagradar ao Senhor.

SEGUNDA TENTAÇÃO  - A TENTAÇÃO DO PINÁCULO 

A segunda tentação é de ordem espiritual e psicológica (Orgulho) (Mt 4.5-7).

Esta segunda
tentação está ligada a primeira, pois Jesus disse que confiava
plenamente no Pai, então Satanás habilmente usa a própria palavra de
Deus contra Jesus para tentar induzi-lo a se jogar do pináculo do templo
para que o Pai o amparasse. E para isso ele cita o Salmo 91.12. Satanás
sugere a Jesus a provar a Sua fé em Deus, submetendo Sua promessa a um
teste, isso não passava de um grande sofisma. 

A Segunda proposta
apresentada a Jesus foi no sentido de que Ele provasse sua divindade
pulando do pináculo do templo. Olhando superficialmente, a proposta de
satanás não passava de uma tremenda infantilidade. Sugerir aquele que
veio do céu que pule do pináculo do templo não fazia nenhum sentido.
Mesmo porque além de não ser algo pecaminoso, não haveria nenhuma
dificuldade para Jesus fazê-lo.

A afirmação do
diabo: "Então, o diabo o levou à Cidade Santa, colocou-o sobre o
pináculo do templo e lhe disse: Se és filho de Deus, atira-te abaixo,
porque está escrito: Aos seus anjos ordenará a teu respeito que te
guardem; e: Eles te sustentarão nas suas mãos, para não tropeçares
nalguma pedra" (4:5-6). Jesus tinha replicado à tentação anterior
dizendo que confiava em cada palavra do Senhor. Aqui Satanás está
dizendo: "Bem, se confia tanto em Deus, então experimenta-o. Verifica o
sistema e vê se ele realmente cuidará de ti." E ele confirmou a tentação
com um trecho das Escrituras. 

As questões: A
questão é: Jesus confiará sem experimentar? Desde que Deus prometeu
preservá-lo do perigo, é certo criar um perigo, só para ver se Deus
realmente fará como disse?

A resposta de
Jesus: "Também está escrito: Não tentarás o Senhor, teu Deus" (4:7). A
confiança verdadeira aceita a palavra de Deus e não necessita testá-la. 

O diabo cita a
Escritura; ele põe como isca no seu anzol os versículos da Bíblia.
Pessoas freqüentemente aceitam qualquer ensinamento, se está acompanhado
por um bocado de versículos. Mas cuidado! O mesmo diabo que pode
disfarçar-se como um anjo celestial (2 Coríntios 11:13-15) pode,
certamente, deturpar as Escrituras para seus próprios propósitos. 

O diabo fez três
enganos: Primeiro, não tomou todas as Escrituras. Jesus replicou com:
"Também está escrito". A verdade é a soma de tudo o que Deus diz; por
isso precisamos estudar todos os ensinamentos das Escrituras a respeito
de um determinado assunto para conhecer verdadeiramente a vontade de
Deus. Segundo, ele tomou a passagem fora do contexto. O Salmo 91, no
contexto, conforta o homem que confia e depende do Senhor; ao homem que
sente necessidade de testar o Senhor nada é prometido aqui. Terceiro,
Satanás usou uma passagem figurada literalmente. No contexto, o ponto
não era uma proteção física, mas uma espiritual. 2. Satanás é versátil.
Jesus venceu em uma área, então o diabo se mudou para outra. Temos que
estar sempre em guarda (1 Pedro 5:8). 3. A confiança não experimenta,
não continua pondo condições ao nosso serviço a Deus, e não continua
exigindo mais prova. Em vista da abundante evidência que Deus
apresentou, é perverso pedir a Deus para fazer algo mais para dar prova
de si.

TERCEIRA TENTAÇÃO – A TENTAÇÃO DO PINÁCULO  

A Segunda proposta
apresentada a Jesus foi no sentido de que Ele provasse sua divindade
pulando do pináculo do templo. Olhando superficialmente, a proposta de
satanás não passava de uma tremenda infantilidade. Sugerir aquele que
veio do céu que pule do pináculo do templo não fazia nenhum sentido.
Mesmo porque além de não ser algo pecaminoso, não haveria nenhuma
dificuldade para Jesus fazê-lo.

A terceira tentação é de ordem religiosa – apostasia (Mt 4.8-10).

A terceira tentação
foi a apostasia. A isca é o desejo de poder. Poder total sobre um mundo
que jaz no maligno. Jesus é convidado a fazer um acordo com o maligno,
para que Ele, Jesus, reinasse por meio de intrigas, de guerras, através
do mal. Mas Jesus não veio para estabelecer um reino terreno como muitos
pensam; mas estabelecer o Reino de Deus dentro do coração dos homens.

Satanás sabendo que
Jesus estava focado no Reino de Deus, então lhe oferece um reino sem
cruz, desde que Jesus o adorasse. Assim o Reino de Deus seria
estabelecido sem trabalho ou lágrimas, nem risco de vida, sob a simples
condição de que Jesus lhe prestasse reverência.

A afirmação do
diabo: "Levou-o ainda o diabo a um monte muito alto, mostrou- lhe todos
os reinos do mundo e a glória deles e lhe disse: Tudo isto te darei se,
prostrado, me adorares" (4:8-9). Que tentação! O diabo deslumbrava com a
torturante possibilidade de reinar sobre todos os reinos do mundo. 

As questões: A
questão aqui não era tanto a de Jesus tornar-se um rei (Deus já lhe
tinha prometido isso Salmo 2:7-9; Gênesis 49:10), mas de como e quando. O
Senhor prometeu o reinado ao Filho depois de seu sofrimento (Hebreus
2:9). O diabo ofereceu um atalho: a coroa sem a cruz. Era um
compromisso. Ele poderia governar todos os reinos do mundo e entregá-los
ao Pai. Mas, no processo, o reino se tornaria impuro. Então as questões
são: Como Jesus se tornaria rei? Você pode usar um meio errado e, no
fim, conseguir fazer o bem?

A resposta de
Jesus: "Retira-te Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus,
adorarás e só a ele darás culto"(4:10). Nada é bom se é errado, se viola
as Escrituras. 

Satanás paga o que
for necessário. O diabo ofereceu tudo para "comprar" Jesus. Se houver um
preço pelo qual você desobedecerá a Deus, pode esperar que o diabo virá
pagá-lo. (Leia Mateus 16:26). 2. O diabo oferece atalhos. Ele oferece o
mais fácil, o mais decisivo caminho ao poder e à vitória. Jesus recusou
o atalho; Ele ganharia os reinos pelo modo que o Pai tinha determinado.
Hoje Satanás tenta as igrejas a usar atalhos para ganhar poder e
converter pessoas. O caminho de Deus é converter ensinando o evangelho
(Romanos 1:16). 

Exatamente como ele
tentou Jesus para corromper sua missão e ganhar poder através de meios
carnais, assim ele tenta nestes dias. 3. O diabo oferece compromissos
por bons propósitos. Ele testa a profundeza de nossa pureza. Ele nos
tenta a usar erradamente as Escrituras para apoiar um bom ponto ou dizer
uma mentira de modo a atingir um bom resultado. Nunca é certo fazer o
que é errado.

CONCLUSÃO

Jesus rejeitar as
três propostas de satanás, estava rejeitando assumir o comando dos três
poderes que governavam, governam e governarão o mundo até o dia de Sua
volta. Pois de fato, o inimigo lhe ofereceu o domínio político
(representado pelo monte), o domínio religioso (representado pelo
pináculo do templo) e o domínio econômico (representado pela tentação do
deserto). Jesus rejeitou cada uma delas, pois embora fossem boas não
eram as melhores. Poderiam até resolver algum tipo de problema mas não
resolveriam o problema do pecado.

Jesus nos deixa o
exemplo de como devemos responder às tentações em nossas próprias vidas
-- com as Escrituras. As forças do mal vêm sobre nós com uma miríade de
tentações, mas todas têm as mesmas três coisas em sua essência: a
concupiscência dos olhos, a concupiscência da carne e a soberba da vida
(1 João 2:16). Só podemos reconhecer e combater essas tentações ao
saturar os nossos corações e mentes com a verdade. A armadura de um
soldado cristão na batalha espiritual inclui apenas uma arma ofensiva, a
espada do Espírito, ou seja, a Palavra de Deus (Efésios 6:17). Conhecer
a Bíblia intimamente vai colocar a espada em nossas mãos e nos
capacitar a ter vitória sobre as tentações.


Prof. Pr. Adaylton de Almeida Conceição – (Th.B.Th.M.Th.D.)

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