terça-feira, 23 de agosto de 2011

QUEM FEZ MAIS NA AEDUCAÇÃO LULA OU FHC?


Até 2010, Lula afirmava ter criado 13 novas universidades federais. Mentira! Com boa vontade, pode-se dizer que foram seis. Na ponta do lápis, apenas quatro. A exemplo do que se viu no dia 17, as “novas” instituições são meros rearranjos, com desmembramentos e fusões, daquela já existentes. E, como se nota, ele continua o mesmo.
No dia 24 de agosto de 2010 — vai fazer um ano amanhã —, publiquei alguns posts sobre a parolagem de Haddad. Em um deles, listava alguns dados sobre as universidades federais, a saber:
- Poucos sabem, certa imprensa não diz, mas o fato é que a taxa média de crescimento de matrículas nas universidades federais entre 1995 e 2002 (governo FHC) foi de 6% ao ano, contra 3,2% entre 2003 e 2008 - seis anos de mandato de Lula;
- Só no segundo mandato de FHC, entre 1998 e 2003, houve 158.461 novas matrículas nas universidades federais, contra 76.000 em seis anos de governo Lula (2003 a 2008);
- Nos oito anos de governo FHC, as vagas em cursos noturnos, nas federais, cresceram 100%; entre 2003 e 2008, 15%;
- Sabem o que cresceu para valer no governo Lula? As vagas ociosas em razão de um planejamento porco. Eu provo: em 2003, as federais tiveram 84.341 formandos; em 2008, 84.036;
- O que aumentou brutalmente no governo Lula foi a evasão: as vagas ociosas passaram de 0,73% em 2003 para 4,35% em 2008. As matrículas trancadas, desligamentos e afastamentos saltaram de 44.023 em 2003 para 57.802 em 2008;
- Sim, há mesmo a preocupação de exibir números gordos. Isso faz com que a expansão das federais, dada como se vê acima, se faça à matroca. Erguem-se escolas sem preocupação com a qualidade e as condições de funcionamento, o que leva os estudantes a desistir do curso. A Universidade Federal do ABC perdeu 42% dos alunos entre 2006 e 2009.
- Também cresceu espetacularmente no governo Lula a máquina “companheira”. Eram 62 mil os professores das federais em 2008 - 35% a mais do que em 2002. O número de alunos cresceu apenas 21% no período;
- No governo FHC, a relação aluno por docente passou de 8,2 para 11,9 em 2003. No governo Lula, caiu para 10,4 (2008). É uma relação escandalosa! Nas melhores universidades americanas, a relação é de, no mínimo, 16 alunos por professor. Lula transformou as universidades federais numa máquina de empreguismo.
São dados até 2008. Será que se operou uma revolução em dois anos? Ora… Os números divulgados na quarta-feira dão o que pensar. Haddad anunciou a criação de quatro universidades federais, previstas para funcionar em 2014, com um investimento, no período, de R$ 604 milhões. É mesmo, é? Então prestem atenção ao que vem agora.
Se a criação de quatro universidades federais demandarão R$ 604 milhões, como Haddad explica que A REALIZAÇÃO DO ENEM 2011 ESTEJA ORÇADO EM R$ 372,5 MILHÕES? No ano passado, saiu por R$ 128,5 milhões. O TCU achou tão estranho que mandou parar tudo. Atenção! Petista legítimo que é, Haddad deu um jeito de não fazer licitação. O MEC propôs a transformação do Centro de Seleção e Promoção de Eventos (Cespe), vinculado à Universidade de Brasília, em empresa pública e decidiu contratá-lo, na manha, para aplicar o próximo teste. Foi um truque.
Esse é Haddad. Precisa de quase R$ 400 milhões, sem licitação, para fazer o Enem, mas promete criar quatro universidades federais com R$ 604 milhões.
E como funcionam as novas universidades?
Os potenciais adversários de Haddad deveriam ir até as “novas universidades” para saber como elas funcionam. No dia 25 de agosto do ano passado, publiquei aqui algumas informações. Relembrem:
As fantásticas universidades de Lula, feitas às pressas para que ele possa exaltar o seu desprezo generoso com o ensino universitário, são, na média, um exemplo de precariedade. Em vez de boa parte da imprensa ficar refém do aspismo, deveria apurar como funciona, por exemplo, a Unipampa (Universidade Federal do Pampa), no Rio Grande do Sul. Há quatro anos, divide-se em em instalações provisórias, espalhadas em 10 cidades. Alunos e professores ficam zanzando entre os campi, onde faltam salas e laboratórios.
Funcionam em prédios improvisados a Universidade Federal do Oeste do Paraná (Ufopa), a Federal de Alfenas (MG) e a Universidade federal Tecnológica do Paraná. O mesmo vai acontecer com a Unila (Universidade Federal da Integração Latino-Americana), que terá campus em Foz do Iguaçu (PR), com projeto de Oscar Niemeyer. Temporariamente, vai operar no Parque Tecnológico de Itaipu.
Outra boa pauta é a Ufersa (Universidade Federal Rural do Semi-árido), no Rio Grande do Norte. Eis aí: é só o rebatismo da Escola Superior de Agricultura de Mossoró, criada em 1967. O governo quadruplicou as vagas - as vagas! - em quatro anos e prometeu dois novos campi, que só existem no papel. Alunos reclamam que em laboratórios projetos para 20 alunos estão abrigando 50.
Basta ir lá e ver. Como basta pedir ao Ministério da Educação que forneça aqueles números que publiquei aqui ontem. Alguns petralhas se fingindo de educadinhos espernearam: “Cadê a fonte?” Ora, perguntem ao ministro cut-cut da Educação, Fernando Haddad

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