A QUESTÃO DO HOMOSSEXUALISMO
É a relação entre pessoas do mesmo sexo. Ao longo do tempo, o homossexualismo tem encontrado acolhida no meio social. É tal o reconhecimento por parte da sociedade, que, em alguns países, como na Holanda, na França, e em outros, já é legalizado o “casamento” ou a “união civil de pessoas do mesmo sexo”. Teólogos liberais têm procurado manipular os textos bíblicos, afirmando que o homossexualismo não é reprovado pelas escrituras.
Há os que defendem a idéia de que os textos bíblicos que condenam o homossexualismo apenas refletiam as circunstâncias e o ambiente de sua época, e que não têm aplicação em todos os lugares e em todos os tempos. Outros entendem que se uma pessoa nasce “invertido”, com tendência homossexual, não tem culpa disso, e pode praticar atos homossexuais, pois faz parte de sua natureza. Stott (p. 184), registra esse tipo de idéia: “Sou gay porque Deus me fez assim. Assim gay deve ser bom. Pretendo aceitar e até celebrar o que sou por criação” (ibdem, p. 184) anotou que “Outros argumentam que o comportamento homossexual é ‘natural’ (a) porque em muitas sociedades primitivas ele é bem aceito (b) em algumas civilizações avançadas (os gregos antigos, por exemplo) era até mesmo idealizado, e (c) porque é muito comum em animais”. Outros defendem a prática homossexual, afirmando que “certamente a natureza é a qualidade de um relacionamento que importa”, argumentando que o homossexualismo desenvolve até o “verdadeiro amor” entre as pessoas. Esses argumentos são falhos, por razões bem claras fundamentadas nas escrituras:
Primeiro, pela origem do ser humano.
Deus, no princípio, não uniu dos “machos” ou duas “fêmeas”, mas, diz a Bíblia: “E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou” (Gn 1.27). Mais adiante, diz o texto bíblico: “E disse o SENHOR Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele” (Gn 2.18). E, depois, acrescenta: “Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne” (Gn 2.24).
Esses três versículos, que nos mostram a criação do ser humano, indicam com clareza que o Criador planejou e criou, como primeiros ancestrais do ser humano, duas pessoas de sexo absolutamente heterossexual. As palavras “macho” e “fêmea” denotam um forte sentido de diferenciação sexual. Houvesse Deus criado pares de homens, e pares de mulheres, estaria criando a união homossexual. Mas não o fez. Ao concluir que a solidão não seria um estado ideal, o Senhor resolveu fazer uma companheira, uma adjutora, e não um companheiro, ou um adjutor. Ao referir-se à família que adviria na evolução do ser humano, o Criador disse que “o varão” deixaria “o seu pai” e “a sua mãe”, e se apegaria “à sua mulher”, e ambos (o casal) seriam “uma carne”.
Assim, nas origens do ser humano, não se pode ver na Bíblia qualquer vislumbre de uma união homossexual. O homem seria “uma carne” com sua mulher, e não com outro homem. A mulher seria, por conseqüência, “uma carne” com seu marido, e não com outra mulher.
Segundo, porque no Antigo Testamento, a condenação é expressa.
No episódio da destruição de Sodoma e Gomorra. Nesse caso, vê-se que, dentre tantos pecados, a prática homossexual era bastante difundida. Os homens de Sodoma quiseram que Ló entregasse seus dois visitantes (anjos), que tomaram forma humana, para que os “conhecessem”, ou seja, para que mantivessem relações homossexuais com eles. Segundo Stott (p. 166), Sherwin Bailey, teólogo que procurou fazer uma releitura do texto, afirma que o verbo conhecer (hb yada), ali, era apenas travar conhecimento com os visitantes de Ló, e não fazer sexo com eles, e que o pecado dos sodomitas foi tão somente atentar contra o sagrado dever da hospitalidade oriental. Esta é uma interpretação tendenciosa a nosso ver, pois a Bíblia esclarece a ela mesma. Vejamos:
“E chamaram Ló e disseram-lhe: Onde estão os varões que a ti vieram nesta noite? Traze-os fora a nós, para que os conheçamos. Então, saiu Ló a eles à porta, e fechou a porta atrás de si, e disse: Meus irmãos, rogo-vos que não façais mal. Eis aqui, duas filhas tenho, que ainda não conheceram varão; fora vo-las trarei, e fareis delas como bom for nos vossos olhos; somente nada façais a estes varões, porque por isso vieram à sombra do meu telhado” (Gn 19.5-8 – grifos nossos).
Indagamos aos leitores: Resta alguma dúvida, quando lemos o texto, de que a intenção dos sodomitas era mesmo ter relações homossexuais com os visitantes? Cremos que existe uma clareza meridiana quanto a isso. Se fosse apenas um desejo de conhecer os homens , encarando sua aparência, suas vestes, etc., não haveria necessidade de Ló oferecer suas duas filhas, afirmando que elas ainda não haviam “conhecido” (yada) varão, e que os perversos invasores fizessem com elas o que bem quisessem a seus olhos. Note-se, também, que o patriarca, oferecendo as filhas virgens aos sodomitas, ele disse que elas ainda não tinham “conhecido varão”. O mesmo texto corrobora o entendimento quanto ao iminente ataque sexual, pois as filhas do Ló certamente conheciam socialmente, de vista, muitos homens, além de seu pai.
A Bíblia mostra que Deus não suportou o pecado de Sodoma e Gomorra, destruindo aquelas cidades e outras em sua vizinhança (Gn 13.13; 18.20,21). A epístola de Judas registra a razão da destruição total das cidades pecaminosas: “assim como Sodoma, he Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se corrompido como aqueles e ido após outra carne, foram postas por exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno” (Jd 7.7 – grifo nosso).
A condenação no livro de Levítico.
O terceiro livro do Pentateuco enfatiza os diversos sacrifícios que o povo de Israel deveria efetuar, para terem seus pecados cobertos diante de Deus; ressalta também as leis que norteavam os procedimentos a serem seguidos para que o povo se mantivesse puro diante do Senhor. Com relação à pureza sexual, são fortes, eloqüentes e incisivas as proibições e condenações de atos pecaminosos. Referindo-se a práticas homossexuais, o livro de Levítico não dá margem a qualquer concessão. A condenação é expressa e muito clara.
O homossexualismo era visto como abominação ao Senhor. “Com varão te não deitarás, como se fosse mulher: abominação é” (Lv 18.22). “Quando também um homem se deitar com outro homem como com mulher, ambos fizeram abominação; certamente morrerão; o seu sangue é sobre eles” (Lv 20.13). Esses versículos dispensariam comentários quanto à clareza da condenação bíblica à prática homossexual. No entanto, há quem diga que os textos acima se referem a práticas de rituais da idolatria. É como alguém que quer “tapar o sol com uma peneira”, como diz o velho ditado popular, muito comum no Brasil. Em Dt 23,17,18, podemos ver outra referência à condenação desse tipo de ato: “Não haverá rameira dentre as filhas de Israel; nem haverá sodomita dentre os filhos de Israel. Não trarás salário de rameira nem preço de cão à casa do SENHOR, teu Deus, por qualquer voto; porque ambos estes são igualmente abominação ao SENHOR, teu Deus”. É muito claro que o Pentatêuco jamais deu qualquer respaldo ou permissibilidade à prática homossexual. Os teólogos que procuram torcer a palavra, buscando algum tipo de entendimento liberal sobre o assunto, estão certamente incursos nas penalidades de Deus contra aqueles que assim procedem. É querer favorecer aos ímpios em suas práticas abomináveis.
Terceiro, porque o Novo Testamento condena o homossexualismo
Numa certa ocasião, fui convidado para participar de um debate sobre a sexualidade, em que participaram um médico, um psicólogo, um teólogo, um padre, e um pastor, no caso, a minha pessoa. O médico proferiu sua palestra, mostrando tecnicamente o valor da sexualidade. O padre, dizendo não ser teólogo, não quis aprofundar-se sobre o tema. O psicólogo expressou a visão da Psicologia sobre diversos aspectos da vida sexual. O teólogo, no entanto, limitou-se a enfatizar o homossexualismo, afirmando que seria a forma mais pura de amor no relacionamento entre as pessoas. Disse também, que qualquer Bíblia que contivesse proibição ou condenação à prática homossexual, seriam versões espúrias, traduções erradas e tendenciosas, pois Deus jamais condenou o homossexualismo. Chegou a afirmar que S. Paulo teria sido homossexual.
Na seqüência das palestras., chegou minha vez de falar sobre o tema da sexualidade. Procurei mostrar com a Bíblia aberta que Deus incluíra na constituição humana a sexualidade, e o prazer sexual, como demonstração de seu amor e cuidado para com o ser humano. Mostrei o plano de Deus para o sexo, e discorri sobre o que a Bíblia diz acerca do homossexualismo, discordando totalmente do outro preletor, do teólogo. Este, ao que tudo indicou, não suportando as marteladas da Palavra de Deus, não quis esperar pelo debate, previsto para o final, e retirou-se visivelmente revoltado.
Graças a Deus, pude mostrar que não só o Antigo Testamento continha a condenação expressa ao homossexualismo. E que, no Novo Testamento, de igual modo, encontramos clara reprovação à prática homossexual, principalmente nos textos paulinos, sendo uma verdadeira afronta ao apóstolo dos gentios considera-lo um homossexual.
Em 1 Co 6.10, lemos: “Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o Reino de Deus”. (Grifos nossos). No grego do NT, a palavra efeminado é malakoi, que significa “macio ao toque”, referindo-se ao homossexual que faz o papel passivo, “como se fosse mulher”. A segunda palavra, sodomitas, no grego é arsenokoitai, com o significado de “macho na cama”, referindo-se ao homossexual ativo, que faz o papel de homem (Stott, p. 173).
Teólogos que concordam com o homossexualismo chegam a dizer que S. Paulo “certamente” tinha em mente a pederastia entre homens mais velhos e rapazes, mas não entre homossexuais adultos, que tinham consciência e consentimento de seus atos. Mas a Bíblia não é como espuma de náilon que se pode torcer à vontade de quem a manuseia. Na feia lista acima, tanto ladrões, como bêbados, maldizentes e homossexuais ativos e passivos, todos são considerados indignos de entrarem do Reino de Deus, ou seja, de serem salvos. Outra lista de pecados, escrita por S. Paulo, inclui os sodomitas como transgressores da lei (1 Tm 1.9,10,11).
Em Romanos, 1.26, vemos S. Paulo ressaltar que os pecadores pervertidos são alvo da reprovação divina: “Pelo que Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza”. Que paixões infames seriam essas, através das quais as mulheres mudaram “o uso natural, no contrário à natureza”? O versículo seguinte (1.27) esclarece duplamente: “E, semelhantemente, também os varões, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, varão com varão, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro”.
O confronto dos dois versículos nos mostra o seguinte: as mulheres praticaram “paixões infames”, contrariando a natureza; isso se refere á prática homossexual, ou seja, ao lesbianismo, pois o v. 27 começa, dizendo que os varões deixaram o “uso natural da mulher”, e se inflamaram em sua sensualidade, na prática de atos homossexuais, “varão com varão”. Esses textos, repudiados pelos defensores e praticantes do homossexualismo, demonstram que, no NT, a condenação a tais práticas é clara e veemente. Na seqüência dos versículos, S. Paulo afirma que aqueles pecadores estão cheios de “iniqüidade, prostituição, maldade”, sendo homicidas, contendores, enganosos, malignos, “aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes ao pai e à mãe; .... os quais, conhecendo a justiça de Deus (que são dignos de morte os que tais coisas praticam), não somente as fazem, mas também, consentem aos que as fazem” (Rm 1.29-32).
A ética cristã, portanto, não deixa margem para qualquer tipo de concessão ao homossexualismo, e aos que se dão à sua prática. Contudo, não se deve pensar que o homossexualismo é pecado imperdoável, como se fosse uma blasfêmia contra o Espírito Santo. Se o homossexual se arrepender e deixar (cf. Pv 28.13), certamente alcançará a misericórdia de Deus. Já é grande o número de pessoas que, aceitando a Cristo, tiveram vitória contra esse terrível pecado, e vivem uma vida normal, solteiros, ou casados, pais de família, dando o eloqüente testemunho do poder de Deus para libertação do mais vil pecador.
AUTOR DO TEXTO: PR ELEINALDO RENOVATO DE LIMA; ENVIADO POR EMAIL.
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