Autoajuda: Zé Bruno volta a criticar a música gospel brasileira
O vocalista da banda Resgate, pastor Zé Bruno, voltou a criticar a música gospel brasileira por causa dos temas abordados nas letras da maioria das canções.
Em tom de desabafo, Zé Bruno
dividiu a atribuição de responsabilidades pela baixa qualidade artística
do cenário musical cristão com a linha teológica adotada por muitas igrejas.
“A música evangélica
acabou se tornando um recurso de autoajuda. Só fala de vitórias e
conquistas. Vende a ideia de um ‘Deus’ que é um tipo de ‘gênio da
lâmpada’. Mas na verdade, nós [em geral] cantamos a nossa teologia e,
como a teologia foi se diluindo, os cantores cantam aquilo que eles
ouvem, também. Eu não sei onde isso tudo começou, quem veio primeiro… ‘o
ovo ou a galinha’. Mas a verdade é que entra ano e sai ano, é difícil
você ver alguém tentando refletir um pouco”, disse Zé Bruno, em
entrevista ao portal Guia-me.
Segundo o pastor, seu ponto de vista é
pessoal e limitado, porque deixou de acompanhar o mercado gospel
nacional: “Essa também é uma leitura que eu faço, olhando um pouco de
fora. Porém eu não sou um cara que ouve muito música gospel. Então hoje
eu confesso que quando alguém me pergunta: ‘Você viu o CD novo do
fulano?’, geralmente respondo que não porque eu não sei muito sobre
estes lançamentos. Então eu não sou exatamente o cara para falar sobre
isso”, pontuou.
Comentando a polêmica entrevista concedida a Lincoln Lyra durante a Feira Internacional Cristã
(FIC), em julho deste ano, quando criticaram abertamente não apenas a
música gospel, mas as igrejas evangélicas como um todo e também a
liturgia de igrejas pentecostais, Zé Bruno afirmou que o tom das
críticas foi motivado por diversos fatores.
“Quando o Lyncoln parou a gente ali,
naquela feira, foi um dia em que o carrinho já tinha passado por cima do
dedinho, já tinha dado uma topada no pé da cama… Além disso, ir à Feira
Cristã é meio que visitar um sanatório. Então você perde um pouco do
rumo. Quando você vai ao sanatório, um diz que é Nero, outro diz que é
César e você responde: ‘Ah sim! Sr. César, Sr. Nero, Sr. Napoleão
Bonaparte’. Não dá pra contrariar. Cada um tem o seu stand, o seu DVD, a
sua pregação, a sua unção, o seu poder e o seu milagre e todo mundo que
toca quer fazer chover, quer fazer o povo chorar [...] Então naquele
dia, a gente já estava bem cheio”, revelou.
A crítica, no entanto, não era dirigida à
organização do evento, e sim, aos expositores: “Não digo isso quanto à
organização. Eu acho importante a promoção da Feira, a indústria, seja
ela fonográfica, os livros, as Bíblias… Nós temos um mercado que consome
isso tudo. E você tem acesso a fóruns, debates, exposições, produtores…
Isso é importante! A cada ano, você melhora. Não deixa de ser um campo
importante. Mas aquilo acaba virando a fogueira das vaidades”, lamentou.
Fonte: Gospel Mais
0 comentários:
Postar um comentário
Todo comentário deve seguir os critérios: estar relacionado ao assunto, ter identificação do comentarista e mesmo assim passa pelo nosso crivo daí decidiremos se devem ser publicados ou não.