segunda-feira, 22 de setembro de 2014
O maior preconceito é contra quem
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O TERRORISMO POÍTICO VOLTOU
O
terrorismo eleitoreiro voltou a dar o tom das eleições deste ano. Em
reportagem esclarecedora, a revista Veja desta semana ressalta a fúria
petista contra a candidata Marina Silva depois de sua crescente nas
pesquisas de opinião pública, capaz de colocar em risco a manutenção do
poder do atual governo.
A
chamada da capa sintetiza o atual contexto da campanha eleitoral em
curso: “Nunca antes neste país se usou de tanta mentira e difamação para
atacar um adversário como faz o PT”.
De inicio, a Carta ao Leitor enfatiza que “o
PT foge do confronte de ideias. O partido recorre a trucagens baratas
em que pratos de comida somem de repente da mesa das pessoas enquanto o
narrador explica que é isso que vai acontecer se Marina ganhar e der
independência ao Banco Central. Em outra passagem, é o conteúdo dos
livros que desaparece em passe de mágica das mãos das crianças, o que o
PT assegura ocorrerá com a educação se Marina vencer. O PT deve saber
que tipo de eleitor se deixa convencer por esse discurso baseado em
premissas falsas e conclusões terroristas. Essa abordagem podem até ter
efeitos eleitoreiros, mas desserve a nação e desmoraliza o processo
eleitoral.
De
acordo com a matéria, a campanha eleitoral de Dilma, comandada pelo
medalhado marqueteiro político João Santana, deixou de lado todos os
escrúpulos, deixou de lado o debate de ideias e propostas, ignorou,
enfim, as decências mais básicas da convivência civilizada e passou a
mostrar Marina como uma candidata cujas propostas levariam os pobres a
passar fome. Marina foi comparada a Jânio Quadros e Fernando Collor, e
acusada de tentar acabar com o pré-sal e, assim, tirar da educação 1,3
trilhão de reais.
Não
pense que esse tipo de propaganda não tem qualquer efeito. Há poucos
dias ouvi um jovem rapaz, com suposta inteligência acima da média,
afirmando que votaria em Dilma com medo de perder o benefício de
determinado projeto social do qual ele é beneficiado, caso a atual
presidente não seja reeleita. Esse é o típico voto do medo.
O
terrorismo eleitoreiro trabalha no imaginário das pessoas, antevendo um
futuro sombrio e caótico se determinado candidato de oposição sagrar-se
vitorioso. São utilizadas frases soltas do programa de governo
contrário a fim de induzir psicologicamente os indivíduos a temerem o
cenário futuro. A mensagem é a seguinte: Se com a gente a coisa está
difícil, imagine com o outro.
Infelizmente,
muitos não têm o discernimento político necessário para separar o joio
do trigo em matéria eleitoral, e acabam sendo enganados por essa tática
antidemocrática e abusiva.
A
questão em jogo não é somente a batalha política desse pleito. O
problema tem proporções muito maiores. Trata-se de uma estratégia
ardilosa para que um partido político que comanda o país há doze anos se
perpetue no poder custe o que custar.
Logo,
não se trata de uma defesa da candidata Marina Silva. O terrorismo
político é perigoso para o Estado Democrático de Direito, na medida em
que fere de morte os valores básicos que devem nortear uma disputa
eleitoral transparente, propositiva e baseada em informações verídicas.
Até mesmo analistas que não apóiam Marina Silva reconhecem o perigo da tática petista. A exemplo,Reinaldo Azevedo diz que Marina Silva “é vítima de uma campanha de impressionante sordidez.
Afirmar, como faz o PT, que a independência do Banco Central iria
arrancar comida da mesa do brasileiro é coisa de vigaristas. Sustentar
que Marina, se eleita, vai paralisar a exploração do pré-sal — como se
isso dependesse só da vontade presidencial — e tirar R$ 1,3 trilhão da
educação é uma formidável mentira.”
Desse
modo, ainda que o político aterrorizado fosse Aécio Neves ou qualquer
outro na disputa, o terrorismo eleitoreiro deveria receber o desagravo
da população, afinal tal prática nada mais é do que uma arma letal
contra o futuro da nação.
Por Valmir Nascimento
Fonte: CPAD News
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segunda-feira, 15 de setembro de 2014
Quero morar na propaganda do PT
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10:50
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quinta-feira, 11 de setembro de 2014
NÃO É A MAMÃE
Vivemos
imersos nos fatos. No mais das vezes, não temos plena consciência do que
está à nossa volta. Eis a importância do narrador, do cronista, do
moralista, do pensador. Ele não produz objetos de consumo, mas objetos
de consciência: liga os fatos aparentemente desconexos, confere ao tempo
uma unidade que ilumina a nossa trajetória e a dos outros. Por que isso
tudo?
Porque
considero obrigatória a leitura do livro “Não é a Mamãe”, do jornalista
Guilherme Fiuza, que reúne cem textos que ele escreveu para a revista
“Época” e para o jornal “O Globo”. Vocês vivem aqui me pedindo dicas de
livros, não é isso? Daqui a pouco, vem o fim do ano, com seus
inevitáveis e, espera-se, agradáveis presentes. Ofereça a seus amigos e a
quem você ama um pouco mais de clareza. Fiuza — antes de tudo, um
escritor competente — faz o mais preciso e, em certa medida, devastador
retrato dos quatro anos de governo Dilma. Devastador, nesse caso, não é
“depredador”. Depreda quem pensa sem método. Fiuza demole falácias com
argumentos.
O livro,
primorosamente editado pela Record, é, a um só tempo, um guia saboroso e
seguro para entender o que está em curso e, se querem saber, o que
virá. “Não é a Mamãe”, desde o título, nos dá o entendimento de
presente.
“Não é a
Mamãe”, lembrem os mais maduros e saibam os mais jovens, era o bordão do
bebê da família Dinossauro. Dilma nos foi oferecida como a mãe do
Brasil por Lula, que pretendia ser o pai. Lula e dinossauros se
estreitam num abraço insano. Não! Ela não é a mamãe, mas a madrasta má
do nosso futuro. Na realidade, afinal, não existe sapatinho de cristal.
Se o governo queima os ativos dos brasileiros, terminamos nas cinzas, no
borralho.
Olhem para
Guido Mantega, por exemplo, o ex-ministro no cargo, situação inédita no
mundo. E leiam o que vai no livro de Fiuza. Permito-me reproduzir um
trecho:
“Quem
estava preocupado com a inflação pode ficar tranquilo. (…) Diante da
notícia de que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo tinha ultrapassado
o teto da meta – batendo em 6,51% ao ano em abril, contra o teto de
6,5% –, Mantega explicou que não é nada disso. Segundo o ministro, a
aferição da meta não considera a segunda casa depois da vírgula. Estamos
salvos. (…) Melhor olhar só para a primeira casa, onde a moral e os
bons costumes monetários estão intactos. Ali não se veem a orgia dos
gastos públicos no governo popular, a farra do crédito populista e os
subsídios mascarados do Tesouro jorrando dinheiro na praça e fustigando a
inflação. Essas cenas explícitas de administração perdulária só são
visíveis para quem espiar pela fresta da segunda casa depois da
vírgula.”
Texto
primoroso, ironia fina. Fiuza não é só um bom cronista da desordem
mental que marcou o governo Dilma na economia. O nosso Suetônio
contemporâneo também é um agudo observador dos costumes destes tempos,
em que patrulheiros antediluvianos saem de iPad nas patas a vituperar
contra o capitalismo e o mercado. Enquanto, é claro, para lembrar
Fernando Pessoa desancando Rousseau, o bestalhão, “mordomos invisíveis
administram-lhe a casa”.
Faça um
bem a si mesmo, leitor, e a seus amigos. Vá à livraria mais próxima e
compre “Não é a Mamãe’, de Guilherme Fiuza. O silêncio covarde com que o
livro foi recebido por veículos de comunicação assustados, esperando
Godot, é a prova da sua importância política. Ler “Não é a Mamãe” é um
ato de resistência contra a empulhação.
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05:54
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